UnitedHealth está quebrando. Sim, uma das maiores e mais sólidas empresas dos Estados Unidos está passando por um colapso sem precedentes — e o mercado não está preparado para a velocidade dessa implosão.
A gigante da saúde — integrante do seleto grupo Dow Jones e maior operadora do Medicare Advantage — perdeu 50% do seu valor de mercado em apenas um mês. Foram US$ 288 bilhões evaporando, enquanto investidores assistem, estupefatos, a uma sucessão de reviravoltas dignas de um thriller corporativo.
Renúncia do CEO acendeu o alerta
Tudo começou quando Andrew Witty, CEO da companhia, renunciou repentinamente ao cargo, alegando “motivos pessoais”. Mas especialistas como Jeffrey Sonnenfeld (Yale) suspeitam que a saída foi forçada.
“O conselho agiu rápido demais. Isso indica perda total de confiança. Algo muito grave aconteceu”, declarou o analista.
Em seu lugar, a empresa trouxe de volta Stephen Hemsley, ex-CEO entre 2006 e 2017, na tentativa de conter os danos. Ele mesmo já admitiu publicamente que a situação é grave e que os erros afetaram a confiança de todos os envolvidos.
UnitedHealth está quebrando — e sendo investigada
O golpe mais duro veio na sequência: o Wall Street Journal revelou que a empresa está sob investigação criminal pelo Departamento de Justiça (DOJ), por possível fraude no Medicare — programa público de assistência médica nos EUA.
A denúncia expôs que a unidade de fraude do DOJ está supervisionando o caso, gerando ainda mais turbulência.
Em resposta, a UnitedHealth soltou uma nota chamando a reportagem de “profundamente irresponsável”, e disse não ter sido formalmente notificada. Mas o estrago estava feito.
Queda nas ações: a maior desde 1998
Só na quinta-feira, após o vazamento da investigação, as ações da empresa caíram 13% — pior desempenho semanal em mais de 25 anos.
A UnitedHealth abandonou sua previsão financeira para 2025, citando alta dos custos médicos, e abriu caminho para um verdadeiro pânico institucional. O Bank of America rebaixou a empresa de “buy” para “neutral”, alegando que a recuperação pode levar anos.
E o pano de fundo é ainda mais tenso
Este colapso ocorre apenas seis meses após o assassinato de Brian Thompson, executivo da empresa, em um crime ainda cercado de especulações. O caso acendeu os holofotes sobre o setor da saúde privada e seu modelo de negócios nos EUA.
Além disso, a UnitedHealth revelou em seu relatório anual que já está envolvida em múltiplas investigações federais, conduzidas por órgãos como o DOJ, IRS (Receita), Departamento do Trabalho e a SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA).
Uma implosão que pode mudar o setor
Analistas como AJ Rice (UBS) e Erin Wright (Morgan Stanley) veem Hemsley como uma “mão firme” para guiar a empresa. Mas o desafio é colossal. Afinal, quando a UnitedHealth está quebrando, o sistema inteiro treme — incluindo pacientes, acionistas e concorrentes.
Com bilhões em jogo e investigações em curso, o futuro da maior seguradora de saúde dos EUA virou um campo minado — e Wall Street está pisando em ovos.