Unificação cambial na Argentina: fim do ‘dólar blend’ pode impulsionar soja e derivados

Unificação cambial na Argentina: fim do ‘dólar blend’ pode impulsionar soja e derivados

Unificação cambial na Argentina encerra dólar blend e deve acelerar exportações de soja e farelo, impactando preços
unificação cambial na Argentina

A Argentina deu um passo decisivo rumo à normalização da sua economia ao anunciar oficialmente a unificação do câmbio, encerrando o regime conhecido como “dólar blend”. A medida, publicada no Diário Oficial nesta segunda-feira (14), encerra o Programa de Incremento das Exportações e unifica os tipos de câmbio vigentes no país. Com isso, as transações passarão a ocorrer com um único tipo de dólar flutuante, entre 1.000 e 1.400 pesos por dólar. A unificação cambial na Argentina representa uma das decisões econômicas mais impactantes desde a posse de Javier Milei e promete reestruturar as bases das transações comerciais no país.

Unificação cambial na Argentina pode destravar as exportações

A decisão foi bem recebida por representantes do agronegócio argentino. A expectativa é que a unificação cambial na Argentina estimule a comercialização de soja e derivados, destravando as vendas que estavam represadas por conta das distorções cambiais. Eduardo Vanin, analista da Agrinvest Commodities, explica que o dólar blend era composto por 80% do câmbio oficial e 20% do paralelo, o que limitava os preços recebidos pelos produtores e reduzia o apetite por vendas.

Com a extinção desse modelo, os produtores terão maior previsibilidade sobre os valores recebidos em pesos. Vanin alerta, no entanto, que essa nova dinâmica pode impactar negativamente os concorrentes brasileiros e americanos no mercado internacional de farelo de soja, dada a tradicional força argentina neste segmento. A unificação cambial na Argentina deve aumentar a competitividade local ao simplificar o sistema de câmbio e reduzir a complexidade nas transações.

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Reação dos mercados e efeitos no complexo soja

No mercado internacional, a notícia sobre a unificação cambial na Argentina repercutiu nos contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago. Na segunda-feira (14), o farelo de soja operava em queda de mais de 0,50%, cotado a US$ 297,40 por tonelada curta. O óleo de soja caiu mais de 1,5%, enquanto os contratos da soja em grão mostravam oscilações modestas.

A desvalorização dos derivados reflete a expectativa de maior oferta por parte da Argentina, o que pode pressionar os preços globais, principalmente se os produtores do país vizinho acelerarem o ritmo das vendas. Com a unificação cambial na Argentina, os analistas preveem um aumento no volume de vendas e um ritmo mais agressivo na colocação da safra argentina no mercado externo.

Setor produtivo celebra fim dos controles cambiais

Líderes das principais entidades do agronegócio argentino se manifestaram favoravelmente à unificação cambial na Argentina. Nicolás Pino, presidente da Sociedade Rural Argentina, afirmou que “o fim dos controles cambiais abre um novo horizonte para o setor” e que a decisão representa um passo rumo à estabilidade econômica.

Andrea Sarnari, da Federação Agrária Argentina, ressaltou que a distorção cambial penalizava os produtores e reduzia a competitividade internacional. Para ela, superar essas barreiras representa avanço para uma economia mais normalizada e eficiente. A unificação cambial na Argentina, segundo ela, também aumenta a previsibilidade para os investidores internacionais que antes viam riscos no sistema de câmbio segmentado.

Milei aposta na reestruturação com apoio internacional

O governo Milei justificou a unificação cambial na Argentina com base em um novo cenário macroeconômico, diferente do vivido em dezembro de 2023, quando o país enfrentava desequilíbrios profundos, risco de hiperinflação e reservas negativas. Com a aprovação de um acordo com o FMI que liberará US$ 20 bilhões em recursos, o Banco Central da República Argentina deverá ser fortalecido.

A previsão do governo é que a entrada desses recursos possibilite avanços mais rápidos na estabilização econômica, sem impor novos sacrifícios à população. O comunicado oficial destaca que a eliminação do blend cambial contribuirá para corrigir distorções e aumentar a transparência no mercado de exportação. A unificação cambial na Argentina, nesse contexto, é considerada uma das ferramentas mais importantes da atual política econômica.

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Impactos regionais e concorrência com o Brasil

O Brasil, que compete diretamente com a Argentina nas exportações de soja e derivados, deve observar com atenção os próximos movimentos. Caso os produtores argentinos realmente aumentem o ritmo de vendas, os preços internacionais podem sofrer pressão adicional, impactando as margens dos exportadores brasileiros.

Além disso, a unificação cambial na Argentina pode sinalizar uma maior previsibilidade e confiança nos negócios com o país vizinho, o que tende a reaquecer fluxos comerciais com outros mercados. Os efeitos desse movimento também podem atingir outros setores da economia argentina, como o setor industrial e o comércio, que tradicionalmente enfrentavam incertezas quanto à volatilidade cambial.

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