No dia que antecede a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, os mercados globais operam em tom cauteloso. No Brasil, o Ibovespa e os ativos locais refletem uma combinação de fatores domésticos e externos, com atenção especial às falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e aos números econômicos divulgados pela manhã.
Mercados internacionais: dados positivos da China e tensão nos EUA
O otimismo inicial nos mercados internacionais está sustentado por dados econômicos robustos da China. O Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu 5,4% no quarto trimestre de 2024, superando as expectativas de 4,9%. A produção industrial avançou 6,2% em dezembro, enquanto as vendas no varejo subiram 3,7%. Esses números consolidam o acumulado do ano em 5%, impulsionando bolsas asiáticas e europeias.
Nos Estados Unidos, no entanto, a cautela predomina. A fala do futuro secretário do Tesouro, Scott Bessent, reforçando a política protecionista do governo Trump, gerou preocupações sobre tarifas e comércio global. As bolsas de Nova York fecharam em queda na véspera, com investidores ajustando posições antes da posse.
Ibovespa e mercado brasileiro: volatilidade e foco na política fiscal
No cenário doméstico, o Ibovespa interrompeu uma sequência de altas na quinta-feira (16), fechando com queda de 1,15%, aos 121.234 pontos. O dólar subiu 0,47%, encerrando em R$ 6,0533. A cautela dos investidores está ligada a incertezas fiscais e à expectativa pela entrevista de Fernando Haddad à tarde, que pode oferecer mais detalhes sobre a reforma tributária.
Outro fator de atenção é o Monitor do PIB, divulgado pela manhã, e a continuidade da repercussão do recuo do governo sobre o monitoramento do Pix pela Receita Federal. A percepção de fragilidade política pode impactar os mercados, especialmente em um contexto de transição de liderança global.
Agenda econômica e destaques do dia
Os investidores acompanham indicadores econômicos e eventos que podem influenciar os mercados:
- Zona do Euro: O CPI, divulgado mais cedo, registrou alta de 0,4% em novembro, refletindo pressões inflacionárias moderadas.
- Brasil: O Monitor do PIB mostrou leve recuperação, apontando para estabilidade econômica em novembro.
- EUA: Dados de produção industrial e construções de moradias serão divulgados ao longo do dia.
Além disso, o desempenho do petróleo Brent (+0,14%) e do minério de ferro (+1,71%) pode impactar ações de setores como energia e mineração na B3.
O que esperar do Ibovespa hoje?
O Ibovespa deve seguir a tendência de volatilidade, refletindo o cenário de cautela global e os desdobramentos da política doméstica. A perspectiva de um governo mais protecionista nos EUA e as incertezas fiscais no Brasil são fatores que podem manter os investidores em compasso de espera.
No entanto, a melhora nos dados econômicos chineses pode beneficiar ações ligadas a commodities, como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4). Já o dólar e os juros futuros podem reagir às declarações de Haddad e aos indicadores econômicos.
Último pregão antes de Trump: cautela e oportunidades
No Último pregão antes de Trump de um evento político global significativo como a posse de Donald Trump, os mercados refletem a tensão e as incertezas do momento. Para o investidor, o dia será marcado por volatilidade, mas também pode trazer oportunidades em setores que se beneficiam de cenários específicos, como commodities e empresas exportadoras.