À medida que a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2024 acontece, o mercado financeiro fica atento ao desempenho das principais empresas de setores variados. A expectativa é de um trimestre mais “limpo” e com menor impacto de eventos não recorrentes. Mesmo assim, o cenário macroeconômico adverso, marcado por altas taxas de juros e uma depreciação cambial persistente, tende a impactar negativamente alguns setores, como o de bens de capital e transporte.
Locadoras: Perspectiva de recuperação e desafios econômicos
O setor de locação de veículos deve apresentar um trimestre mais positivo, com destaque para as locadoras de carros leves, que vêm ajustando suas tarifas para cima, favorecendo uma melhoria de margem. A Localiza (RENT3) se destaca nesse contexto, com previsão de margens mais robustas no segmento de aluguel de veículos, impulsionadas por um aumento de tarifas e uma gestão mais eficiente.
No entanto, as locadoras continuam enfrentando desafios, especialmente relacionados às altas taxas de juros, que pressionam o lucro líquido, e à crescente depreciação dos veículos. A Mills (MILS3) e a Armac (ARML3) são destaques em locação de veículos pesados, beneficiadas pela recuperação gradual das obras de infraestrutura. Mesmo assim, a Mills precisa lidar com a concorrência das montadoras chinesas, que têm pressionado as margens de equipamentos, e a Armac deve observar uma pressão de margens devido à maior exposição a contratos de longo prazo.
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Infraestrutura: Tráfego forte impulsiona concessões rodoviárias
O setor de infraestrutura se mostra promissor neste trimestre, com empresas de concessões rodoviárias como CCR (CCRO3) e Ecorodovias (ECOR3) sendo beneficiadas por um tráfego rodoviário robusto. A CCR, em especial, viu um aumento de tráfego em suas concessões, enquanto a Ecorodovias registrou crescimento de 6% nos volumes transportados em relação ao ano anterior. Além disso, essas empresas vêm adotando medidas de controle de custos, o que deve contribuir para margens mais robustas.
Na área de transporte ferroviário, a Rumo (RAIL3) se destaca, favorecida por preços sólidos e volumes elevados, especialmente em seu corredor Norte, onde o crescimento de dois dígitos é projetado. Apesar disso, empresas como Hidrovias do Brasil (HBSA3) enfrentam desafios devido às condições desfavoráveis de navegação no Corredor Sul, o que deve impactar seu desempenho de maneira significativa.
Bens de Capital: Cenário misto e perspectiva de crescimento
No setor de bens de capital, as expectativas são variadas. A WEG (WEGE3), referência em produtos de eficiência energética e automação, deve continuar apresentando resultados sólidos, sustentada pela desvalorização do real e uma demanda resiliente tanto no mercado doméstico quanto internacional. Outro destaque é a Embraer (ERJ3), que, apesar das entregas comerciais limitadas, deve compensar essa queda com um desempenho robusto no segmento de aviação executiva.
Outras empresas do setor, no entanto, enfrentam um cenário mais adverso. A Fras-le (FRAS3) e a Randon (RAPT3) devem registrar um desempenho mais fraco, impactadas por atrasos em vendas e um ambiente competitivo desafiador. No caso da Randon, a pressão se intensifica com a competição de reboques e a demanda reduzida em mercados externos.
Logística: Crescimento resiliente em meio a desafios financeiros
A perspectiva para as empresas de logística é de resultados mistos. A JSL (JSLG3) deve reportar crescimento sólido de receita e margens resilientes, impulsionada por novos contratos e um desempenho mais robusto de suas operações. A Simpar (SIMH3), controladora da JSL, também se destaca, embora deva ver seu lucro líquido impactado por despesas financeiras e depreciação elevadas.
No segmento de transporte aéreo, o trimestre deve ser de recuperação gradual, ainda que com desafios significativos. A Gol (GOLL4) e a Azul (AZUL4) apresentam um desempenho levemente positivo, beneficiadas pela sazonalidade do período e uma melhora nas tarifas médias, embora a Gol continue enfrentando dificuldades relacionadas ao processo de reestruturação.
Setores e Empresas com perspectivas divergentes
Para o terceiro trimestre de 2024, o BTG Pactual destaca empresas com grande potencial de valorização e sólida performance, como WEG (WEGE3), Rumo (RAIL3) e Localiza (RENT3), ao lado das concessionárias rodoviárias CCR e Ecorodovias. Já os principais desafios estão no setor de bens de capital e em algumas operações de logística e transporte, como Fras-le e Hidrovias do Brasil, que enfrentam maiores pressões externas.
Preparando o Mercado para um Trimestre Misto
Em um cenário econômico de incertezas, com altas taxas de juros e pressão cambial, os resultados das empresas no terceiro trimestre devem refletir os esforços de adaptação de cada setor. Enquanto áreas como locação e infraestrutura se mostram mais resilientes, com oportunidades de crescimento e ganhos de eficiência, outros segmentos continuam enfrentando desafios complexos, especialmente no contexto global.
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