Os salários iniciais dos empregados permanentes subiram em março no ritmo mais baixo em mais de três anos, enquanto os gastos com trabalhadores temporários atingiram o nível mais baixo desde julho de 2020, de acordo com informações divulgadas por recrutadores nesta segunda-feira. Esses dados reforçam os indícios de desaceleração no mercado de trabalho britânico.
A pesquisa de março da Confederação de Recrutamento e Emprego pode influenciar os membros do Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra, sugerindo que as pressões salariais subjacentes na economia estão diminuindo o suficiente para manter a inflação em linha com a meta de 2%.
As estatísticas oficiais de crescimento salarial têm aumentado a uma taxa anual de cerca de 6%, o que é aproximadamente o dobro do ritmo considerado consistente com a meta de inflação pelo Banco da Inglaterra.
Neil Carberry, CEO da REC, comentou: “Os dados apresentados devem fortalecer a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra de relaxar as medidas de controle sobre o crescimento no futuro próximo. O crescimento salarial diminuiu significativamente e agora está abaixo da média de longo prazo do inquérito para novos empregos permanentes”.
No entanto, o Banco da Inglaterra tem sido cauteloso ao dar demasiada importância aos dados da REC nos últimos meses, pois as tendências observadas no mercado de recrutamento têm demorado a se refletir em um menor crescimento salarial para toda a força de trabalho.
Na semana passada, uma pesquisa realizada pelo Banco da Inglaterra junto aos empregadores mostrou que as empresas planejavam aumentar os salários em 4,9% nos próximos 12 meses.
Os mercados financeiros estão prevendo que o Banco da Inglaterra começará a reduzir as taxas de juros entre junho e agosto, com cerca de 0,75 pontos percentuais de cortes já precificados para o ano de 2024.
A REC informou que a demanda global por pessoal caiu pelo quinto mês consecutivo em março, quase tanto quanto em fevereiro, quando a queda foi a mais acentuada em mais de três anos.
A pressão descendente sobre os salários foi atribuída a uma maior oferta de candidatos, em parte devido ao aumento das demissões, conforme relatado pela REC com base em uma pesquisa realizada com cerca de 400 agências de recrutamento entre 12 e 22 de março.