As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram a quarta-feira em baixa, refletindo ajustes técnicos e um alívio no câmbio brasileiro. A curva de juros do Brasil passou a incorporar uma menor probabilidade de aumento da taxa básica Selic em setembro.
Pela manhã, as taxas futuras chegaram a cair mais de 10 pontos-base em alguns vencimentos, mas houve uma leve recuperação durante a tarde. Mesmo assim, as taxas terminaram em baixa ao longo de toda a curva.
No fim da tarde desta quarta-feira, a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,675%, comparado a 10,698% do ajuste anterior. Já a taxa do DI para janeiro de 2026 fechou em 11,51%, ante 11,551% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 caiu para 11,66%, ante 11,695%.
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Entre os contratos de prazo mais longo, a taxa para janeiro de 2031 fechou em 11,85%, comparado a 11,872% anteriormente, e o contrato para janeiro de 2033 teve a taxa reduzida para 11,84%, ante 11,874%.
Fatores que Influenciaram a Queda das Taxas Futuras
Um dos principais fatores para a queda das taxas futuras foi a valorização do real frente ao dólar pelo segundo dia consecutivo. Segundo Flavio Serrano, economista-chefe do Banco Bmg, “Lá fora está melhorando, o câmbio está melhor, o que ajuda no desafio do Banco Central (de controlar a inflação)”. Ele acrescentou que o cenário atual é de incerteza e que o BC pode optar por manter a taxa estável e esperar.
Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, apontou que a queda das taxas também foi impulsionada pelo ajuste da curva brasileira, que havia subido “sem motivo” na véspera. “Hoje é um dia de descompressão, de redução do exagero dos últimos dias”, comentou Quaresma. “Ontem a curva abriu sem muito motivo, em uma sessão de bastante volatilidade. Hoje é dia de correção”, completou.
Expectativas para a Próxima Reunião do Copom
Os ajustes também foram percebidos na precificação embutida na curva para o próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em setembro. Na terça-feira, a curva precificava uma probabilidade de 24% de manutenção da Selic em 10,50% ao ano, contra 76% de chance de alta de 25 pontos-base. Durante boa parte desta quarta-feira, a precificação mostrou-se quase equilibrada, próxima de 50% em cada caso. Perto do fechamento, a probabilidade era de 41% pela manutenção da Selic e 59% pelo aumento de 25 pontos-base.
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Apesar dos ajustes, o mercado seguiu cauteloso em relação aos próximos passos do Banco Central, considerando que o dólar permanece em patamares elevados e que as expectativas de inflação continuam aumentando.
Dados Econômicos Relevantes
Pela manhã, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) subiu 0,83% em julho, após avançar 0,50% no mês anterior. O resultado ficou acima da expectativa de economistas ouvidos em pesquisa da Reuters, que previam uma alta de 0,69%. Em 12 meses, o índice acumula uma elevação de 4,16%.
No exterior, o dia foi de alta para os rendimentos dos Treasuries, em meio a uma menor busca global por proteção. Às 16h40, o rendimento do Treasury de dez anos — referência global para decisões de investimento — subia 7 pontos-base, a 3,958%.