As ações da Apple (AAPL) subiram 6,2% no pré-mercado nesta segunda-feira (14) após o governo dos Estados Unidos anunciar uma isenção temporária das tarifas dos EUA sobre eletrônicos como iPhones, computadores e chips. A medida foi recebida positivamente pelo mercado, aliviando parte da pressão causada pelas tarifas de 125% impostas sobre produtos chineses e da alíquota global de 10% que ainda incide sobre parte dos componentes.
Com cerca de 50% dos insumos do iPhone provenientes da China, a Apple era uma das empresas de tecnologia mais vulneráveis às tarifas dos EUA. A isenção representa um alívio relevante no curto prazo e possibilita à companhia reestruturar sua cadeia produtiva, principalmente com foco na Índia, em um movimento estratégico para diminuir sua exposição à Ásia. Apesar disso, analistas mantêm cautela no médio prazo, devido à incerteza quanto à política tarifária americana, ainda volátil sob a administração de Donald Trump.
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União Europeia cogita imposto sobre publicidade online
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a União Europeia está considerando medidas retaliatórias contra os EUA, caso as negociações comerciais não avancem durante a pausa de 90 dias decretada por Trump. Entre as possíveis ações está a taxação sobre receitas de publicidade digital de empresas como Meta (Facebook) e Alphabet (Google).
A medida surge como resposta à escalada nas tarifas dos EUA, que afetam diretamente as exportações do bloco europeu. Von der Leyen ressaltou que a guerra comercial iniciada pelas tarifas dos EUA prejudica todas as partes envolvidas, com impacto direto nos mercados financeiros. Enquanto isso, a China já impôs tarifas de 34% sobre produtos norte-americanos, enquanto o Reino Unido tenta amenizar os impactos oferecendo incentivos fiscais a grandes empresas americanas.
Apesar do ambiente de incerteza, analistas seguem otimistas com Meta e Alphabet no longo prazo. A Meta é considerada uma das empresas com maior potencial entre as “7 Magníficas”, devido ao avanço em soluções de inteligência artificial. Já a Alphabet, mesmo com valuation atrativo (P/L de 16x), carece de catalisadores imediatos.
Meta enfrenta julgamento antitruste nos EUA
A Meta enfrenta nesta segunda-feira um julgamento antitruste que pode levar à separação do Instagram e WhatsApp. A FTC alega que as aquisições realizadas em 2012 e 2014 eliminaram concorrentes em potencial, ampliando o domínio da empresa. O caso, iniciado na era Trump e reformulado sob Biden, pode se tornar um marco regulatório contra as big techs.
A Meta deve argumentar que suas aquisições impulsionaram o crescimento das plataformas e que há forte concorrência no setor, incluindo TikTok e YouTube. O julgamento levanta incertezas relevantes para o setor e reforça o ambiente regulatório cada vez mais rigoroso enfrentado pelas gigantes da tecnologia.
Tesla suspende vendas de modelos S e X na China após tarifas dos EUA
A Tesla (TSLA) deixou de aceitar pedidos na China para os modelos Model S e Model X — ambos fabricados na Califórnia — após a nova rodada de tarifas dos EUA provocar retaliação chinesa. A China anunciou tarifas de 125% sobre produtos dos Estados Unidos, tornando a importação desses modelos inviável economicamente.
A fábrica da Tesla em Xangai continua produzindo os modelos Model 3 e Model Y, que representam a maior parte das vendas locais. Contudo, as vendas da empresa vêm caindo na China, com queda de 22% no 1º trimestre de 2025, e a concorrência com montadoras locais como a BYD cresce rapidamente.
Apesar de o impacto imediato ser pequeno — os modelos S e X somaram menos de 2 mil unidades vendidas na China em 2023 —, o cenário se soma aos desafios da Tesla globalmente. Além de enfrentar concorrência acirrada, a empresa lida com críticas à figura polarizadora de Elon Musk e com a desaceleração nas entregas globais.
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Um cenário cada vez mais tensionado pelas tarifas dos EUA
As tarifas dos EUA continuam sendo um dos principais temas no radar dos investidores. A guerra comercial se intensifica com novas camadas de incerteza, afetando diretamente as big techs, como Apple, Meta, Alphabet e Tesla. Enquanto algumas companhias conseguem respirar com isenções temporárias, outras enfrentam obstáculos regulatórios ou operacionais graves.
Para os investidores, o desafio será acompanhar de perto os desdobramentos dessa política comercial agressiva. Os próximos 90 dias serão cruciais para entender o rumo das negociações e se as tarifas dos EUA continuarão sendo uma ferramenta central da estratégia econômica de Donald Trump.