Tarifas dos EUA e Brics marcam uma nova fase de tensões comerciais lideradas pelos EUA, com o Brasil recebendo uma das maiores taxas de 50%, influenciada por questões políticas e econômicas. Entenda os motivos e impactos desse cenário complexo.
Contexto das tarifas dos EUA aos países do Brics e impacto no Brasil
As tarifas dos EUA sobre produtos dos países do Brics causaram um impacto significativo nas relações comerciais globais. A partir de agosto de 2024, o Brasil passou a enfrentar uma taxa de 50% sobre quase 700 produtos exportados para os EUA, o que é uma das tarifas mais altas do mundo. Essa medida faz parte de uma estratégia dos EUA para criar tarifas recíprocas, buscando forçar a redução de barreiras comerciais e corrigir déficits bilaterais.
Além do Brasil, outros membros do Bloco, como Índia, China, África do Sul e Emirados Árabes Unidos, também foram alvos de tarifas que variam entre 10% e 30%. Essas taxas não estão apenas ligadas ao comércio, mas refletem tensões geopolíticas e questões políticas, como a situação jurídica do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Donald Trump justificou a imposição das tarifas mencionando o envolvimento dos países do Brics em políticas consideradas antiamericanas, incluindo planos para desafiar a hegemonia do dólar e criar alternativas econômicas multilaterais, como o Novo Banco de Desenvolvimento.
O impacto dessas tarifas no Brasil é importante. O país tem superávit comercial com os EUA de US$ 7,4 bilhões em 2024, e a imposição da taxa visa pressionar alterações políticas e econômicas. Ainda assim, essas medidas podem levar os países do Brics a buscar novos parceiros e reforçar a cooperação interna no bloco para enfrentar as sanções extraterritoriais.
Consequências geopolíticas e reações ao impacto das tarifas
As tarifas impostas pelos EUA aos países do Brics têm fortes consequências geopolíticas. Elas aumentam as tensões entre os Estados Unidos e o bloco, cuja influência global vem crescendo. O Brics, formado por Brasil, China, Índia, Rússia, e outros, representa quase metade da população mundial e 40% da riqueza global.
O presidente Donald Trump vê o bloco como uma ameaça à hegemonia do dólar e à ordem mundial liderada pelos EUA. O Brics busca criar alternativas financeiras, como o Novo Banco de Desenvolvimento e até uma moeda própria para o comércio interno, o que preocupa Washington.
Essa pressão comercial também fortalece a união interna no Brics. Os países afetados pelas tarifas tendem a buscar maior cooperação e diversificar seus parceiros comerciais para fugir das sanções. Essa situação favorece o crescimento da influência política e econômica do bloco no cenário global.
A inclusão de novos membros no Brics em 2024 e 2025, como Irã, Etiópia e Indonésia, mostra o interesse mundial pelas alternativas oferecidas pelo grupo. Ao mesmo tempo, negociações bilaterais entre os EUA e países do bloco indicam tentativas de limitar o impacto negativo das tarifas em curto prazo.