Um presente de Trump para Lula?

As consequências do tarifaço
tarifas

Donald Trump anunciou que pretende impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto de 2025.

Impacto imediato nos mercados e na economia real

O Ibovespa caiu -1,40% no dia do anúncio, na contramão dos mercados globais. O subiu +0,83%, batendo R$ 5,49, e os juros futuros (DI) também abriram.

Deixe seu e-mail para se inscrever em nossa newsletter gratuita

Publicidade: teste

A exposição real da às exportações para os EUA gira em torno de algo como 2,5% do PIB. Quem mais sofre: setores de manufaturados e com exposição direta ao .

O UBS BB estima que a cada 10 pontos percentuais de tarifa, o da Embraer pode cair 13%. Outras afetadas incluem Tupy, WEG e Suzano — com diferentes graus de risco e mitigação. Quanto mais comoditizado o produto, maior tende a ser a possibilidade de realocação ou triangulação da .

Um presente de Trump para Lula?

O verdadeiro impacto é político

No curto prazo, o impacto econômico é relevante, mas controlável. A mudança maior parece estar no tabuleiro político.

Trump costuma usar esse estilo para negociar. A dúvida agora é como Lula vai reagir. A depender da narrativa, o episódio pode servir de trampolim para reverter a tendência de queda na sua popularidade. No jogo eleitoral, Lula recebeu uma nova carta em sua mão, que, se bem usada, pode favorecê-lo.

O paralelo com Justin Trudeau é inevitável: o premiê canadense ganhou apoio popular ao enfrentar Trump em uma disputa comercial, adotando um discurso de soberania nacional.

Lula pode tentar seguir esse caminho. Se funcionar, transforma a notícia em munição política. Uma eventual piora nos dados econômicos futuros poderá ser mais facilmente terceirizada.

Porém o efeito tende a ser limitado. Ainda estamos muito longe das eleições para cravar que esse fato terá algum efeito. A tendência é que não faça uma diferença relevante daqui a 1 ano e 3 meses. Mais importante que isso será a questão da inflação e o câmbio. Aí sim as tarifas tem o poder de influenciar de verdade.

Conclusão

O mercado provavelmente está superdimensionando o impacto econômico. O Brasil é uma economia fechada e há espaço para absorver parte do choque. Além do que a depender das negociações, podem não durar muito tempo.

Se Lula conseguir construir a narrativa de “soberania ameaçada” e “ataque externo”, pode começar a tentar reverter seu quadro de popularidade.

Enquanto isso, o investidor atento deve separar o ruído da realidade:

  • Olhar para empresas descontadas, com fundamentos sólidos e pouca exposição aos EUA e que estão caindo sem motivo.
  • Monitorar o dólar e os juros — dois vetores que podem mudar de direção a qualquer momento.
  • E lembrar que, por enquanto, o maior prejudicado é o brasileiro.

Últimas Noticias

Assine nossa newsletter

Esteja um passo à frente. Receba em primeira mão as notícias que movem o mercado e a sociedade, direto no seu WhatsApp e e-mail.