O tarifaço dos EUA e Brasil está prestes a começar na quarta-feira, gerando preocupação na economia brasileira e nos mercados financeiros. Investidores acompanham de perto as negociações e os possíveis impactos.
Impactos do tarifaço dos EUA no Brasil e reação do Copom
O tarifaço dos EUA ao Brasil pode afetar cerca de 10 mil empresas brasileiras. Essas empresas empregam cerca de 3,2 milhões de pessoas. O aumento de 50% nas tarifas deve bater forte em setores importantes da economia, causando preocupações do mercado. O Copom, órgão que define a taxa básica de juros no Brasil, mostrou cautela diante disso. Na última reunião, o comitê decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano, um valor alto para controlar a inflação e segurar os impactos negativos do tarifaço.
Reação e efeitos no mercado
A ata do Copom destacou que os impactos das tarifas americanas são relevantes e incertos. A economia brasileira pode sentir efeitos diferentes, dependendo das negociações que ainda vão acontecer entre os governos. Investidores estão atentos pois isso pode influenciar os preços, o câmbio e até o valor das ações. O dólar abriu a semana subindo 0,39%, cotado a R$ 5,5280, e isso pressiona ainda mais o mercado.
Além disso, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, mostrou leve alta na semana (+0,40%) mas segue perto da estabilidade no mês (-0,08%). O cenário internacional e as decisões de política econômica do Brasil influenciam diretamente esses números.
Setores mais afetados
Empresas exportadoras, especialmente de commodities e produtos industriais, podem sofrer mais com as tarifas. Muitas já buscam apoio do governo para diminuir o impacto dessas barreiras comerciais. A Câmara Americana de Comércio no Brasil (Amcham) reforça que essa nova tarifa pode representar prejuízos consideráveis para o comércio bilateral e para a economia geral.
Negociações entre Brasil e EUA e possíveis efeitos da prisão de Bolsonaro
As negociações entre Brasil e EUA estão em um momento delicado com a iminente entrada em vigor do tarifaço dos EUA ao Brasil. O governo brasileiro tenta reverter ou ao menos amenizar as tarifas de 50% impostas a uma série de produtos brasileiros. A Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou a consulta à Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar essas medidas. O presidente Lula decidirá quando e como essa ação será iniciada.
Impactos da prisão de Bolsonaro nas negociações
A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro gerou incertezas no mercado e nas relações diplomáticas. Bolsonaro era apoiado publicamente pelo então presidente dos EUA, Donald Trump. A decisão do Supremo Tribunal Federal, que impôs restrições ao ex-presidente, pode afetar o relacionamento entre os governos atual e americano. Trump já criticou a prisão, falando em “caça às bruxas”.
Essa situação política pode dificultar ou atrasar as negociações para suspender ou flexibilizar o tarifaço. Investidores e empresários acompanham de perto como o cenário vai evoluir, já que a instabilidade pode impactar decisões comerciais e mudanças nas taxas e no câmbio.
Expectativas do mercado
O mercado financeiro monitora a agenda econômica no Brasil e nos EUA, além dos indicadores de atividade previstos. Essa atenção é essencial para entender o rumo das políticas econômicas e avaliar o impacto das tarifas. A reação das empresas exportadoras e o andamento da consulta na OMC também são fatores importantes para os próximos meses.