Tarifaço de Trump gera crise nos farmers e fortalece pecuária brasileira

Tarifaço de Donald Trump eleva custos nos EUA e abre espaço para carne bovina brasileira. Entenda o impacto para farmers e o agronegócio
tarifaço de Donald Trump

Os produtores rurais dos Estados Unidos, conhecidos como farmers, enfrentam uma das maiores crises das últimas décadas em razão do tarifaço de Donald Trump. Segundo Alexandre Mendonça de Barros, consultor da MB Agro, o setor agrícola norte-americano sofre com custos de produção elevados, agravados pela dependência de insumos importados.

Em painel realizado durante o Minerva Foods (BEEF3) Day, Barros destacou que mais de 70% dos insumos agrícolas usados pelos EUA vêm da China e da Índia, enquanto quase 90% do potássio necessário para é importado do Canadá. O aumento das tarifas tem encarecido significativamente a produção, colocando em risco a competitividade dos agricultores norte-americanos.

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Custos em alta e incerteza sobre a próxima safra

Um estudo da Universidade de North Dakota estima que os custos dos produtores dos EUA com peças de máquinas agrícolas já subiram cerca de 20%. Embora a atual não tenha sido afetada — devido a um movimento de antecipação de compras antes da implementação das tarifas —, o futuro permanece incerto.

“Ninguém sabe o que vai ser da próxima safra dos EUA”, afirmou Barros. A instabilidade pode comprometer a oferta agrícola e reduzir a confiança internacional na capacidade do país de se manter como um fornecedor global confiável.


Reflexos para o Brasil: insumos e carne bovina em foco

Enquanto os EUA enfrentam gargalos, o se beneficia de um excesso de químicos importados, que chegaram ao país com preços mais baixos devido à redução da demanda norte-americana. Esse cenário fortalece o brasileiro, especialmente no setor de proteína animal.

Barros destacou que países como Japão e México já abriram mais espaço para a carne bovina brasileira. Além disso, a América do Sul se posiciona como uma alternativa estratégica diante da norte-americana.


O avanço silencioso da pecuária brasileira

Outro ponto ressaltado pelo consultor é a transformação produtiva da pecuária brasileira. O país conta hoje com cerca de 190 a 200 milhões de cabeças de gado, contra apenas 86 milhões nos EUA. Apesar disso, a produtividade norte-americana ainda é maior: enquanto os EUA produzem em média 400 kg por carcaça, o Brasil opera na faixa dos 300 kg.

Isso significa que, mesmo abatendo 40 milhões de cabeças por ano, o Brasil produz volume semelhante aos EUA, que abatem cerca de 30 milhões. Se alcançar os mesmos níveis de produtividade, o Brasil poderia chegar a 75 milhões de abates anuais, quase o dobro da produção atual.


O papel do etanol de milho e o futuro da pecuária

Um dos fatores que podem acelerar esse avanço é a expansão do de . O subproduto desse processo, conhecido como DDG (Grãos Secos de Destilaria), pode ser usado como ração animal, estimulando novas estruturas de confinamento próximas às usinas.

Segundo Barros, isso criará uma logística altamente eficiente, ampliando a produção de milho e tornando a pecuária brasileira ainda mais competitiva no cenário global.

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