A tarifa de 50% anunciada pelos EUA sobre importações brasileiras excluiu produtos que totalizam US$ 18,4 bilhões em exportações, segundo a Amcham. Essa medida, embora atenua o impacto, ainda diminui a competitividade do Brasil em setores-chave da economia. Confira os detalhes da lista de exceções e os desdobramentos políticos da decisão.
Exclusão de US$ 18,4 bilhões em exportações da tarifa americana
O decreto dos EUA impôs uma tarifa de 50% sobre importações brasileiras, mas deixou fora US$ 18,4 bilhões em produtos exportados. Isso representa 43,4% do total de US$ 42,3 bilhões que o Brasil deve vender aos EUA em 2024. A exclusão desses itens ajuda a amortecer o impacto da tarifa no comércio bilateral.
Produtos Protegidos e Setores Estratégicos
Entre os produtos excluídos da tarifa estão aeronaves civis e suas peças, veículos de passeio e caminhões leves, suco e polpa de laranja, além de petróleo, carvão, gás natural e seus derivados. Também foram poupadas celulose, ferro-gusa, fertilizantes, metais industriais e eletrônicos como smartphones.
Setores agrícolas, como a castanha-do-brasil e madeira tropical, também foram beneficiados por essa exclusão. A lista inclui ainda doações, livros, obras de arte e material jornalístico, itens com apelo social e cultural que ficaram protegidos.
Impacto para a Embraer e o Setor Aeronáutico
A Embraer foi uma das maiores beneficiadas, já que os EUA compram 45% dos jatos comerciais e 70% dos jatos executivos dela. Essa notícia fez as ações da empresa pularem 10% no mercado. A tarifa maior poderia dificultar a venda desses produtos, prejudicando toda a cadeia de valor associada.
A exclusão de produtos importantes mostra um certo cuidado dos EUA para não atingir setores estratégicos, mesmo com a ordem intimidatória. Isso ressalta o peso dessas exportações na economia brasileira e o interesse em manter parte do comércio funcionando.