Nesta terça-feira (21), a agência de classificação de risco S&P Global Ratings aumentou a avaliação de crédito de longo prazo do Brasil de “BB-” para “BB”, mantendo uma perspectiva estável. De acordo com a agência, a alteração na classificação foi motivada pela aprovação da reforma tributária no Congresso Nacional na última sexta-feira (15).
A S&P explicou que a elevação da nota global de longo prazo para o Brasil ocorreu após a recente aprovação da reforma tributária. A agência destacou que, mesmo sendo implementada de forma gradual, a reforma representa uma revisão significativa do sistema fiscal, que provavelmente resultará em ganhos de produtividade a longo prazo.
A agência fundamenta sua decisão, argumentando que a reforma tributária se junta a outras medidas estruturais implementadas no país desde 2016. Segundo a S&P, isso reflete um quadro institucional cada vez mais pragmático, contribuindo para a estabilidade macroeconômica.
A S&P também afirmou que a perspectiva estável reflete a expectativa de que o Brasil manterá uma posição externa forte, impulsionada pela produção robusta de commodities e necessidades limitadas de financiamento externo. A agência expressa confiança na capacidade da estrutura institucional do Brasil de sustentar políticas estáveis e pragmáticas, baseadas em amplos freios e contrapesos nos poderes executivo, legislativo e judiciário do governo.
A agência ressalta a possibilidade de uma nova elevação na classificação nos próximos dois anos, caso reformas estruturais e microeconômicas melhorem a trajetória de crescimento de longo prazo do Brasil. Contudo, também alerta para a possibilidade de uma redução da nota nos próximos dois anos, caso as medidas não sejam implementadas corretamente, levando a uma deterioração fiscal e aumento da dívida.
A S&P destaca que uma rápida resolução de desequilíbrios fiscais que estabilize os níveis de dívida pode resultar em uma revisão positiva. No entanto, adverte que uma deterioração na sinalização política pode afetar os investimentos estrangeiros e enfraquecer a posição externa do Brasil.
No comunicado, a agência projeta um crescimento econômico de quase 3% para o Brasil em 2023. Para 2024, a previsão é de desaceleração, fechando o ano com um PIB de 1,5%. Para 2025 e 2026, a S&P estima uma recuperação, encerrando os dois anos com um crescimento de 2%.
O Ministério da Fazenda celebrou a revisão da S&P, reafirmando o compromisso com a agenda de reformas em andamento. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, ressaltou que a elevação do rating confirma que o país está no caminho certo, adotando medidas corretas para promover o desenvolvimento econômico e social sustentável. A equipe econômica enfatizou que a revisão cria condições para expandir os investimentos públicos e privados, gerar empregos, aumentar a renda e melhorar a eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do país.