No decorrer deste mês, as empresas britânicas do setor de serviços experimentaram mais um aumento no crescimento, indicando que a economia pode evitar uma recessão, pelo menos temporariamente. Esta conclusão é resultado de uma pesquisa publicada um dia após o Banco da Inglaterra indicar seu interesse em manter as taxas altas.
Após a divulgação do relatório dos Gerentes de Compras na sexta-feira, a libra esterlina valorizou. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto do Reino Unido, que abrange serviços e manufatura, atingiu 51,7 na leitura preliminar de dezembro, o nível mais alto em seis meses e acima dos 50,7 registrados em novembro.
Essa leitura surpreendentemente forte contrastou com a situação na zona do euro, onde a pesquisa PMI piorou em dezembro, indicando uma possível recessão.
O economista-chefe de negócios da S&P Global Market Intelligence, Chris Williamson, observou que a economia do Reino Unido está evitando a recessão, com o crescimento ganhando impulso no final do ano. Ele destacou que a indústria está em contração acentuada, enquanto os serviços estão se equilibrando.
A atividade nos serviços financeiros foi impulsionada pelas expectativas de taxas de juros mais baixas em 2024. Embora o Banco da Inglaterra tenha mantido as taxas inalteradas recentemente, os mercados financeiros estão precificando cortes no próximo ano.
O PMI revelou um aumento na atividade empresarial no setor de serviços, atingindo 52,7, a leitura mais alta desde junho. No entanto, a leitura da indústria caiu para 46,4, indicando contração pelo 17º mês consecutivo.
O crescimento sólido em novos negócios compensou a queda nas encomendas de produção, resultando no primeiro crescimento geral de encomendas em seis meses. Apesar disso, os níveis de emprego caíram pelo quarto mês consecutivo.
A pesquisa proporcionou algum alívio ao Banco da Inglaterra ao mostrar uma pequena desaceleração na inflação dos preços dos serviços, que é monitorada de perto pelo banco central.
Embora o PMI tenha reduzido o risco de recessão, os economistas alertam para a queda nas contratações e os aumentos mais fracos nos preços cobrados pelas empresas, que, se sustentados, podem levar a um corte nas taxas do Banco da Inglaterra no segundo trimestre de 2024.
Apesar do tom cautelosamente positivo, refletido também nas expectativas de produção em três meses no índice composto, a economia britânica ainda enfrenta um crescimento quase imperceptível. Apesar de sinais positivos, como um aumento na confiança do consumidor, o cenário geral permanece de crescimento econômico limitado, como evidenciado pelo encolhimento do PIB em outubro.