Impacto da queda dos preços do petróleo no setor
A principal questão apontada pelo relatório do BTG Pactual é a recente queda nos preços do petróleo, com o Brent caindo para cerca de US$ 70 por barril. Esta queda reflete uma redução de aproximadamente 15% nos últimos 11 dias e cerca de 24% desde os picos alcançados em abril. Essa pressão sobre os preços está diretamente ligada às preocupações com a demanda econômica global.
Essa queda acentuada no preço do petróleo afetou as qualidades das ações das empresas do setor, incluindo os principais players comprovados: PRIO, Petrobras e outros. No entanto, empresas com baixos custos de produção e forte estrutura financeira, como PRIO, Petrobras e RECV, conseguem manter fluxos de caixa positivos e até dividendos robustos, mesmo com os preços atuais mais baixos.
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Por outro lado, empresas como a BRAV, que possuem altos custos de produção, estão sob maior pressão. A empresa enfrentou desafios em gerar caixa com os preços atuais e precisaria surpreender positivamente no lado da produção para garantir a sustentabilidade.
Análise de sensibilidade das empresas de petróleo
Com base nas análises de sensibilidade fornecidas no relatório, as empresas foram definidas de acordo com sua capacidade de continuar gerando valor mesmo em cenários adversos de preços do petróleo. PRIO e Petrobras lideram essa lista, destacando-se pelo forte fluxo de caixa e dividendos mesmo em ambientes de preços mais baixos. A RECV também apresentou uma resiliência especial devido à sua exposição a contratos de gás, que resistiu à sensibilidade às flutuações no preço do petróleo.
No entanto, a BRAV enfrenta maiores desafios, com uma estrutura de custos mais pesada e uma necessidade contínua de investimentos para sustentar o crescimento. A empresa, no entanto, ainda pode se beneficiar de uma alavancagem operacional positiva caso consiga melhorar seus números de produção.
Licenças de Wahoo e potencial de crescimento da PRIO
Outro destaque importante do relatório foi o progresso do PRIO no campo de Wahoo. A recente aprovação do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) é vista como um passo crucial para a obtenção da licença de produção necessária. A consulta pública, que durará 45 dias, é o próximo estágio, e o BTG Pactual espera que o Ibama possa emitir a licença dentro de 30 a 45 dias após o término da consulta.
Essa licença é considerada um dos principais obstáculos que impedem as ações da PRIO de refletirem plenamente seu potencial de crescimento. À medida que a empresa avança no processo regulatório, os riscos relacionados ao campo de Wahoo estão ocorrendo gradualmente. Mesmo com a incerteza nos preços do petróleo, o PRIO continua sendo a principal recomendação do BTG Pactual no setor.
Atualizações da ExxonMobil e saída da Namíbia
O relatório também trouxe informações sobre a ExxonMobil, que retirou seu interesse em fazer uma oferta pelo projeto Mopane da Galp, na Namíbia. A decisão foi vista como uma surpresa, já que outros grandes intervenientes, como Petrobras e Shell, demonstraram interesse no ativo, estimado em conter 10 bilhões de barris de óleo equivalente (boe).
O projeto Mopane levantou preocupações entre investidores sobre seu impacto potencial na capacidade da Petrobras de distribuir dividendos. No entanto, o BTG Pactual acredita que essas preocupações são exageradas e vê a Petrobras em uma posição relativamente mais forte que seus pares para continuar entregando dividendos, mesmo em um ambiente de preços mais baixos.
Faixas de preços dos combustíveis e impactos para a Petrobras
O relatório também trouxe uma atualização sobre as faixas de preços dos combustíveis da Petrobras. Com base nos cálculos do BTG Pactual, os preços da gasolina e do diesel estão, atualmente, 1% e 4% acima da paridade de importação (IPP), respectivamente. Essa diferença nos preços reflete os recentes ajustes nos preços do Brent e das estimativas do petróleo.
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A estratégia da Petrobras de manter os preços dentro de uma faixa aberta ajuda a empresa a minimizar as políticas de pressão sobre os preços dos combustíveis. O relatório sugere que, no curto prazo, a Petrobras continuará ajustando seus preços com base nas tendências da média móvel de 12 meses, garantindo uma estratégia de mitigação de risco em um ambiente volátil de preços.