O resultado dos bancos americanos costumam ditar as perspectivas econômicas para os próximos trimestres, por isso, o investidor precisa acompanhar de perto como estão os resultados do sistema financeiro da maior economia do mundo.
Segundo o BTG Research, durante a temporada de resultados do 1T23 e os meses seguintes, a discussão setorial permaneceu monotemática; exposição dos bancos a taxas de juros mais altas. Bem, depois de termos visto sinais encorajadores da estabilização dos depósitos, M&As nos bancos regionais mais expostos, stress test realizado pelo FED sem grandes surpresas negativas e atividade resiliente (teremos recessão?), argumentamos que uma parte relevante dos principais riscos para o setor se dissiparam.
Entretanto, há algum tempo temos argumentado que 2023 seria um ano difícil para os bancos americanos. E continuamos com esta visão, mas por motivos diferentes: (i) entendemos que a maior parte da reprecificação das carteiras de crédito devido a taxas mais altas já aconteceu, o que provavelmente impactará negativamente a margem financeira líquida (NIM) dos bancos nos próximos trimestre (devemos ver margens em linha neste trimestre), e o (ii) ambiente para as receitas não de juros permanece desafiador, levando assim a impactos na rentabilidade do setor.
Não há triggers claros, mas pontos positivos são o valuation barato + posicionamento leve
Ex-Covid, o setor negocia no menor patamar dos últimos cinco anos, a 0,96x P/VP projet. para os próximos 12m, vs. uma média histórica de 1,2x (últimos 5a), e em linha com o múltiplo do fim de 2008 (pós quebra do Lehman Brothers). Em relação ao P/L projetado para os próximos 12m, o setor negocia a 8,8x, também no menor patamar ex-covid. Porém o ROE do setor não apresentou deterioração equivalente, com estimativa para os próximos 12m de 11,1%, em linha com patamar histórico de 11,3% ex-covid. Em relação ao posicionamento, os HFs globais foram compradores líquidos de ações do setor em junho pela primeira vez em 6 meses.