O Kremlin anunciou na segunda-feira que a Rússia suspendeu sua participação no acordo de exportação de grãos do Mar Negro, que foi intermediado pela ONU e pela Turquia em julho do ano passado.
O acordo visava aliviar uma crise alimentar global, permitindo que o grão ucraniano bloqueado pelo conflito Rússia-Ucrânia fosse exportado com segurança.
A Rússia vinha dizendo há meses que as condições para a renovação do acordo não haviam sido cumpridas.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a parte do acordo que diz respeito à Rússia não foi implementada, portanto, seu efeito foi encerrado.
Moscou há muito reclama que obstáculos persistiram para suas exportações de grãos e fertilizantes, mesmo que não tenham sido diretamente sancionados pelo Ocidente, e apresentou uma série de demandas que disse não terem sido cumpridas.
“Assim que a parte russa dos acordos for cumprida, a parte russa retornará à implementação deste acordo imediatamente”, disse Peskov.
Ele disse que a decisão de não renovar o acordo não tem relação com um ataque noturno à ponte entre a Rússia e a Crimeia, que ele chamou de “ato terrorista” e culpou a Ucrânia.
O Exército ucraniano sugeriu que o ataque poderia ser uma espécie de provocação da própria Rússia, mas a mídia ucraniana citou fontes não identificadas dizendo que o Serviço de Segurança da Ucrânia estava por trás do incidente.
“Estes são eventos absolutamente não relacionados. Mesmo antes do ataque terrorista, a posição foi declarada pelo presidente Putin”, disse Peskov.
A suspensão do acordo de exportação de grãos do Mar Negro é um grande revés para os esforços de aliviar a crise alimentar global.
Não está claro qual impacto a decisão terá na disponibilidade de grãos ucranianos no mercado global.
No entanto, é provável que leve a novos aumentos de preços para alimentos básicos, que já estão em níveis recordes.