A Minerva (BEEF3) divulgou seus resultados do 1T25 nesta quinta-feira (8), revelando uma performance mista que trouxe avanços relevantes, mas também desafios evidentes. A companhia reportou receita líquida de R$ 11,2 bilhões, crescimento de 56% em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, o número ficou 8% abaixo das estimativas de mercado, refletindo principalmente uma pressão inesperada nos preços médios de venda.
Após um quarto trimestre de 2024 marcado por preços elevados, especialmente na Argentina, os Resultados do 1T25 da Minerva mostraram certa normalização. Os preços médios ficaram 10% abaixo do esperado, enquanto os ativos recentemente adquiridos ainda operam com cerca de metade do seu potencial de receita.
Margens sustentadas, apesar da frustração na receita
O EBITDA ajustado somou R$ 963 milhões, 6% abaixo das projeções, mas com margem EBITDA de 8,6% — ligeiramente acima do estimado. O lucro líquido foi de R$ 185 milhões, fortemente beneficiado por um ganho cambial líquido de R$ 269 milhões, o que compensou as despesas financeiras líquidas de R$ 733 milhões no período.
Embora o desempenho tenha ficado aquém das expectativas, os Resultados do 1T25 da Minerva revelam uma empresa resiliente, mantendo margens operacionais e atuando de forma ativa na proteção de sua estrutura de capital.
Gestão de capital de giro sustenta alavancagem
Um dos pontos de destaque dos Resultados do 1T25 da Minerva foi o equilíbrio financeiro mesmo diante de uma dívida líquida de R$ 15,6 bilhões, estável em relação ao trimestre anterior. A alavancagem caiu para 4,5x o EBITDA dos últimos 12 meses — abaixo dos 5x observados anteriormente.
Essa estabilidade só foi possível graças a uma combinação de três fatores: (i) o ganho cambial de R$ 824 milhões; (ii) o aumento de R$ 698 milhões no financiamento com fornecedores, agora totalizando R$ 2,9 bilhões (o equivalente a um mês de compras de gado); e (iii) um crescimento de R$ 88 milhões nas contas a pagar, totalizando R$ 4,6 bilhões.
Guidance reforça confiança na operação
Além dos números do trimestre, a companhia também divulgou seu guidance de receita líquida para 2025, estabelecendo uma faixa entre R$ 50 bilhões e R$ 58 bilhões. Com cerca de 22% desse valor já alcançado no 1T25, a sinalização é clara: a Minerva aposta em uma aceleração do uso de sua capacidade produtiva, especialmente nos ativos adquiridos recentemente, e espera um ambiente mais favorável nos preços da carne bovina ao longo do ano.
Os Resultados do 1T25 da Minerva indicam que, mesmo com dificuldades momentâneas nos preços, a empresa mantém uma estratégia agressiva e disciplinada, com expectativa de alcançar um EBITDA de R$ 4,4 bilhões até o fim do ano.
Dinâmica de mercado e pressão de custos
A expectativa de alta nos preços da carne bovina, impulsionada pela escassez de gado no Brasil e nos Estados Unidos, pode beneficiar a companhia em receita. Porém, como indicam os Resultados do 1T25 da Minerva, esse cenário também representa riscos: maior custo com matéria-prima e possível redução nos volumes comercializados.
Isso cria um dilema estratégico — enquanto a alta dos preços melhora as margens brutas, ela pode limitar o crescimento do volume e comprimir margens operacionais, caso os custos subam mais rapidamente do que os preços.
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Valuation e recomendação
Com base nos Resultados do 1T25 da Minerva, o mercado avalia a empresa a um múltiplo EV/EBITDA 2025 de 5,3x, já considerando o recente aumento de capital. O rendimento de fluxo de caixa livre estimado para 2026 é de 5%, número razoável, mas abaixo de outros nomes no setor de alimentos e proteínas listados na B3.
Dado esse contexto, a recomendação dos analistas permanece neutra, refletindo uma visão equilibrada entre os riscos e oportunidades.
Resultados do 1T25 da Minerva
Os Resultados do 1T25 da Minerva mostraram resiliência em meio a um cenário desafiador. Embora as receitas e lucros tenham ficado abaixo das projeções, a companhia manteve margens operacionais consistentes e demonstrou disciplina financeira. O guidance reforça a confiança da gestão, e o mercado segue atento à recuperação de preços da carne bovina e à integração dos novos ativos.