Os resultados do 1T25 da Marcopolo (POMO4) surpreenderam positivamente o mercado, apesar da queda na margem EBITDA e na receita em relação ao trimestre anterior. A fabricante de carrocerias de ônibus registrou um lucro líquido de R$ 243 milhões, superando em 8% as estimativas dos analistas. A forte performance nas exportações foi o principal motor para o bom resultado, compensando a fraqueza observada no mercado doméstico. Os resultados do 1T25 da Marcopolo reforçam o posicionamento da companhia como referência na indústria de mobilidade e transporte coletivo.
Receita resiliente mesmo com queda sequencial
A receita líquida da Marcopolo no primeiro trimestre de 2025 totalizou R$ 1,677 bilhão, um crescimento modesto de 1,3% na comparação anual, mas com queda de 37% frente ao trimestre anterior. A retração t/t era esperada, dado o perfil sazonal da companhia. Mesmo assim, a receita ficou 6% acima da expectativa do mercado, impulsionada pelas exportações. Os resultados do 1T25 da Marcopolo mostram como o desempenho internacional vem sendo estratégico na compensação de oscilações no mercado nacional.
No detalhamento do desempenho, a empresa sofreu com um mix de produtos menos rentável, com maior participação de modelos leves no período, o que impactou negativamente a margem EBITDA.
Margem EBITDA recua, mas resultados superam estimativas
O EBITDA consolidado, incluindo equivalência patrimonial, foi de R$ 262 milhões, queda de 17% em relação ao mesmo período de 2024. A margem EBITDA ficou em 15,6%, abaixo dos 19% de um ano antes, refletindo o mix menos favorável. No entanto, a linha veio em linha com as estimativas dos analistas. Novamente, os resultados do 1T25 da Marcopolo mostram resiliência da companhia mesmo diante de desafios pontuais em rentabilidade.
A empresa destacou que o 1T24 foi beneficiado por R$ 30 milhões em equivalência patrimonial da subsidiária Metalpar, na Argentina. Ajustando esse efeito, a margem EBITDA ajustada no 1T24 teria sido de 17%.
Exportações crescem 72% e sustentam resultado
Um dos grandes destaques dos resultados do 1T25 da Marcopolo foi o desempenho do mercado externo. As vendas internacionais atingiram R$ 745 milhões, salto de 72% na base anual, representando 44% da receita total. Já o mercado doméstico somou R$ 932 milhões, queda de 24% a/a, com retração de 3% nas entregas.
O volume consolidado cresceu 1% no ano, impulsionado pelo aumento de 32% nas exportações, mesmo com uma produção mais lenta no início do trimestre devido a férias coletivas entre dezembro e janeiro. Mais uma vez, os resultados do 1T25 da Marcopolo reforçam a importância das exportações para o crescimento sustentável da empresa.
Lucro líquido impactado positivamente por câmbio
O lucro líquido da Marcopolo no trimestre foi de R$ 243 milhões, abaixo dos R$ 317 milhões do 1T24, mas ainda 8% acima da expectativa do mercado. O bom resultado financeiro — beneficiado pela valorização do dólar frente ao real — contribuiu para esse desempenho.
A receita financeira saltou de R$ 117,6 milhões para R$ 216,6 milhões no período. Já as despesas financeiras também cresceram, de R$ 75,4 milhões para R$ 107,2 milhões.
Perspectivas otimistas para o 2T25 e o restante do ano
A Marcopolo mantém uma visão otimista para o segundo trimestre de 2025. A companhia espera melhora no mix de vendas, com maior participação de ônibus pesados, e continuidade do bom desempenho no segmento rodoviário. O programa Caminho da Escola deve gerar entregas mais lineares ao longo do ano. Os resultados do 1T25 da Marcopolo funcionam como um indicativo do potencial de recuperação e consolidação da performance da companhia.
A companhia também projeta que a mudança no mix permitirá maior captura de alavancagem operacional, diluindo custos fixos e aumentando a eficiência. Além disso, há expectativa de recuperação gradual dos resultados da NFI, sua operação internacional.
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Dados reforçam expectativa de melhora no ano
Os dados da FABUS para março mostraram produção 33% acima da média de janeiro e fevereiro, sugerindo retomada da atividade. A empresa acredita que os próximos trimestres mostrarão ganhos sequenciais de margem, principalmente com a entrega de modelos mais rentáveis concentradas no segundo semestre.
Com uma relação P/L estimada em 5,4x e dividend yield projetado de 10,4% para 2025, a Marcopolo segue atrativa para investidores. O BTG Pactual, por exemplo, mantém recomendação de compra para a ação POMO4. Dentro do contexto dos resultados do 1T25 da Marcopolo, esse valuation torna a empresa uma opção interessante para investidores que buscam combinações de crescimento com rentabilidade.