A BRF (BRFS3), uma das maiores companhias de alimentos do mundo, apresentou resultados financeiros robustos no primeiro trimestre de 2025 (1T25), marcando um início de ano extremamente positivo para a companhia. O destaque ficou para o lucro líquido, que praticamente dobrou no comparativo anual, alcançando R$ 1,185 bilhão, contra R$ 594 milhões registrados no mesmo período de 2024. O resultado também vem em meio ao anúncio de fusão com a Marfrig, sinalizando uma nova fase para a empresa.
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Lucro e EBITDA ajustado apontam forte recuperação
Os resultados do 1T25 da BRF mostram uma melhora significativa em rentabilidade e eficiência operacional. O EBITDA ajustado somou R$ 2,753 bilhões, representando um crescimento de 30% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Já a receita líquida totalizou R$ 15,512 bilhões, avanço de 16% a/a, impulsionada tanto pelo mercado interno quanto pelas exportações.
A empresa também registrou melhora expressiva em sua estrutura de capital. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida/EBITDA, caiu de 1,45x no 1T24 para apenas 0,54x no 1T25. Essa redução reflete um trabalho consistente de desalavancagem ao longo dos últimos trimestres, facilitado pelo aumento na geração de caixa operacional e pela disciplina na alocação de capital.
Internacionalização e valor agregado ganham força
De acordo com o CEO Miguel Gularte, os resultados do 1T25 da BRF refletem o início da materialização de uma estratégia global mais agressiva. A companhia concluiu recentemente a aquisição de uma fábrica de processados em Henan, na China, e de 26% da Addoha Poultry Company, na Arábia Saudita. Também foi assinado um acordo para adquirir 50% da Gelprime e iniciada a construção de uma nova fábrica de processados em Jeddah.
Esses movimentos têm como objetivo consolidar a presença da BRF em mercados-chave do Oriente Médio e Ásia, regiões com alta demanda por proteína animal e grande potencial de crescimento para produtos de maior valor agregado. O foco não está apenas em volume, mas na diversificação do portfólio com itens como processados, embutidos e prontos para o consumo.
Desempenho operacional e perspectiva de fusão com Marfrig
A eficiência operacional também contribuiu para os bons resultados do 1T25 da BRF. A empresa manteve controle sobre os custos, beneficiando-se da estabilidade nos preços dos grãos, especialmente milho e soja, que impactam diretamente a cadeia de produção. O mix de vendas mais equilibrado e a melhora nos canais de distribuição também favoreceram a rentabilidade.
Outro fator relevante é o anúncio da proposta de fusão com a Marfrig (MRFG3), empresa da qual a BRF já possuía participação. A fusão prevê a incorporação das ações da BRF pela Marfrig, com uma relação de troca de 0,8521 ação da Marfrig por cada ação da BRF. A nova companhia, batizada de MBRF Global Foods Company, terá receita combinada de R$ 152 bilhões, atuando de forma mais integrada em diversos segmentos da cadeia de alimentos.
Com a consolidação da fusão, esperam-se sinergias operacionais e financeiras de aproximadamente R$ 800 milhões por ano, segundo estimativas divulgadas. A estratégia inclui redomiciliação no exterior, com foco em abrir novos mercados e acessar condições mais competitivas de financiamento.
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Perspectivas para os próximos trimestres
A direção da BRF segue otimista para os próximos trimestres. Além da consolidação das recentes aquisições, a empresa continuará investindo em inovação, tecnologia e eficiência nas operações. A manutenção de margens saudáveis e a expansão internacional são pontos centrais para sustentar o crescimento de longo prazo.
Os analistas do setor receberam os resultados do 1T25 da BRF com entusiasmo, destacando o forte lucro, a alavancagem controlada e o potencial de valor a ser destravado com a fusão. As ações da companhia devem refletir esse novo momento, principalmente diante da expectativa de maior eficiência, alcance global e capacidade de geração de caixa.
Com isso, a BRF reforça sua posição como um player global de alimentos, alinhada às tendências de consumo e à demanda por produtos mais elaborados em mercados internacionais.