No 2º trimestre de 2024, a Azevedo & Travassos (AZEV3) apresentou resultados que refletem os desafios de sua atuação no setor de infraestrutura e exploração de óleo e gás (O&G). A receita líquida atingiu R$ 42,8 milhões, marcando uma redução de 14,9% em relação ao 1T24, enquanto o prejuízo líquido de R$ 77,1 milhões revela as dificuldades enfrentadas pela companhia, principalmente devido a uma despesa não recorrente associada à aquisição da Phoenix O&G. Apesar disso, a empresa manteve seu foco em expandir suas operações no setor de O&G, com um pipeline robusto e novas parcerias estratégicas.
Desempenho Financeiro no 2T24
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No 2T24, a Azevedo & Travassos registrou uma receita bruta de R$ 46,5 milhões, uma queda de 16,1% em comparação com o trimestre anterior. A receita líquida foi de R$ 42,8 milhões, um recuo de 14,9% em relação ao 1T24. Essa diminuição é atribuída à curva de execução de contratos, com alguns projetos em fase inicial de mobilização, o que naturalmente gera menos receita. No acumulado do semestre, a receita líquida totalizou R$ 93,2 milhões, evidenciando a instabilidade enfrentada pela empresa durante este período.
O lucro bruto no 1S24 foi de R$ 11,7 milhões, uma redução significativa de 64% em relação ao 1S23. Essa queda é reflexo dos custos de desmobilização de projetos e da fase inicial dos novos contratos, que ainda não geram receitas substanciais. A margem bruta, no entanto, apresentou um crescimento de 1,8 pontos percentuais, atingindo 12,5% no semestre, mostrando que a empresa tem conseguido ajustar suas margens operacionais apesar da queda na receita.
O prejuízo líquido de R$ 77,1 milhões no 2T24 foi amplificado por uma despesa não caixa e não recorrente de R$ 56 milhões, relacionada à reavaliação de ativos imobiliários utilizados na aquisição da Phoenix O&G. Essa aquisição faz parte da estratégia da Azevedo & Travassos de reforçar sua atuação no setor de O&G, um movimento que a empresa acredita ser essencial para sua recuperação e crescimento futuros.
Além dessas despesas extraordinárias, a Azevedo & Travassos enfrentou desafios significativos em suas operações correntes, que incluíram o aumento nos custos de insumos e a necessidade de desmobilização em contratos concluídos. Tais fatores resultaram em um impacto direto nas margens operacionais, pressionando o resultado final da companhia.
Desempenho Operacional e Estratégias
A Azevedo & Travassos continuou a expandir seu pipeline de projetos no 2T24, que atingiu R$ 16,1 bilhões, um aumento de 109,2% em relação ao 1T24. Esse crescimento significativo no pipeline é um indicativo do esforço da empresa em solidificar sua presença no mercado de O&G, onde tem concentrado a maior parte de seus novos projetos. Apesar disso, o backlog, que representa os projetos contratados e em execução, recuou 3,6% no trimestre, totalizando R$ 655,2 milhões, refletindo a necessidade de transformar o pipeline em contratos efetivos para melhorar a receita futura.
A Azevedo & Travassos está apostando fortemente no setor de O&G, com a aquisição da Phoenix O&G sendo um marco estratégico. Os ativos adquiridos no Polo Periquito, no Rio Grande do Norte, têm um potencial significativo de produção de óleo e gás, com reservas já identificadas, mas ainda subaproveitadas. A empresa já iniciou a perfuração e a completação em vários poços, com a expectativa de que essa operação possa contribuir de forma substancial para a receita nos próximos trimestres.
O foco da empresa em expandir sua atuação no setor de O&G é evidenciado pela parceria com a Petro-Victory, que inclui uma opção de compra e uma participação significativa nos lucros da operação. Esta parceria é estratégica para o desenvolvimento dos ativos Campo de Andorinha e POTT-281, que possuem um potencial de exploração promissor. A Azevedo & Travassos espera que, uma vez concluída a fase inicial de investimentos, esses ativos comecem a gerar retornos substanciais.
No entanto, a empresa também enfrenta o desafio de converter seu extenso pipeline em contratos firmes e lucrativos. O sucesso dessa estratégia dependerá não apenas da capacidade técnica e operacional da Azevedo & Travassos, mas também da evolução das condições macroeconômicas e da demanda global por óleo e gás.
Gestão e Perspectivas Futuras
Em termos de gestão, a Azevedo & Travassos está focada em otimizar sua estrutura de custos e em implementar medidas de eficiência operacional. A empresa está revisando seus processos internos para reduzir o impacto de despesas não recorrentes no resultado final, como as vistas no 2T24. A estratégia também envolve a renegociação de contratos e a busca por condições mais favoráveis em novos acordos, o que pode ajudar a melhorar as margens nos próximos períodos.
Além disso, a empresa tem buscado reforçar sua posição financeira, mantendo um foco rigoroso na gestão de caixa e na redução da alavancagem. A administração está confiante de que, com a execução bem-sucedida de seus projetos de O&G e a continuação das iniciativas de controle de custos, será possível reverter o atual quadro de prejuízos e voltar a gerar lucro para seus acionistas.
A Azevedo & Travassos também está explorando novas oportunidades de crescimento orgânico e inorgânico, avaliando potenciais aquisições que possam complementar seu portfólio atual e fortalecer sua presença nos mercados em que já atua. A empresa está particularmente atenta a oportunidades que possam surgir no setor de O&G, dado o seu potencial de alta lucratividade e a crescente demanda por fontes de energia mais tradicionais em um contexto global de transição energética.