A Americanas S.A. (AMER3), em processo de recuperação judicial, divulgou seus resultados para o segundo trimestre de 2024, evidenciando os desafios persistentes enfrentados pela companhia. A receita líquida atingiu R$ 3,1 bilhões, uma queda de 8,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O prejuízo líquido do trimestre foi de R$ 1,86 bilhão, um aumento de 48,1% em relação ao 2T23, impactado principalmente pelo aumento das despesas financeiras e pela reestruturação da dívida da empresa.
Resultado Azevedo & Travassos 2T24: Prejuízo de R$ 77,1 Milhões
Desempenho Financeiro: No 2T24, a Americanas registrou uma receita operacional líquida de R$ 3,1 bilhões, uma redução de 8,6% em comparação ao 2T23, devido à retração nas vendas, tanto no varejo físico quanto digital. A margem bruta foi de 35,3%, um aumento de 16,7 pontos percentuais em relação ao ano anterior, impulsionada por ajustes estratégicos no mix de produtos e maior foco em categorias com margens mais elevadas.
Apesar do aumento na margem bruta, o resultado operacional da companhia continuou a ser afetado negativamente por despesas operacionais significativas. As despesas gerais e administrativas caíram 27,3%, totalizando R$ 483 milhões, refletindo os esforços contínuos de redução de custos. No entanto, as despesas financeiras saltaram para R$ 1,75 bilhão, um aumento de 176,7% em relação ao 2T23, impulsionadas pelos altos encargos associados ao processo de recuperação judicial e à reestruturação de dívida.
Como resultado, o prejuízo antes dos impostos foi de R$ 1,84 bilhão, um aumento de 46,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse desempenho fraco sublinha as dificuldades que a Americanas enfrenta em estabilizar suas operações enquanto busca equilibrar suas finanças em meio a um ambiente macroeconômico desafiador e à pressão dos credores.
BRF (BRFS3) reverte perdas e lucra R$ 1,094 bi no 2T24; EBITDA avança 160%
Estratégias e Operações: Mesmo com os desafios financeiros, a Americanas manteve o foco em sua estratégia de recuperação, que inclui a reestruturação de sua base operacional e a otimização de sua presença no varejo. Durante o 2T24, a empresa encerrou 56 lojas, concentrando seus esforços em unidades com maior rentabilidade e adequando o portfólio de produtos às demandas dos consumidores. Essa reestruturação resultou em uma redução de 26,6 mil metros quadrados na área de vendas.
Além disso, a Americanas continuou a readequar seu modelo de negócios no e-commerce, mantendo o foco no marketplace (3P) e reduzindo a participação do 1P (vendas próprias), com o objetivo de melhorar a rentabilidade. No entanto, o GMV digital caiu 55,3% no semestre, refletindo a difícil transição e os desafios em manter a relevância no mercado online em meio à reestruturação da empresa.
A empresa também avançou no cumprimento das etapas do Plano de Recuperação Judicial (PRJ), incluindo a emissão de novos instrumentos de dívida e a reestruturação de obrigações com fornecedores. Esses esforços são cruciais para a estabilização financeira e o retorno ao crescimento sustentável, embora a empresa ainda enfrente um longo caminho até a recuperação completa.