O número de aprovações de hipotecas no Reino Unido atingiu o seu ponto mais alto desde outubro de 2022, marcando um sinal de recuperação no mercado imobiliário após a crise desencadeada pelo “mini-orçamento” da ex-primeira-ministra Liz Truss. Os dados divulgados pelo Banco da Inglaterra revelaram um total de 55.227 aprovações em janeiro, superando os números de dezembro, que registraram 51.506 aprovações. Embora os indicadores recentes apontem para um crescimento renovado no mercado imobiliário britânico, muitos economistas e analistas permanecem céticos em relação à sustentabilidade dessa recuperação.
De acordo com uma pesquisa da Reuters, espera-se que os preços dos imóveis no Reino Unido se estabilizem ao longo deste ano, refletindo os desafios enfrentados pela economia em geral para gerar um crescimento robusto. No entanto, os dados do Banco da Inglaterra mostram um aumento significativo nos empréstimos ao consumidor, ultrapassando as previsões anteriores. O crescimento anual do crédito ao consumo atingiu 8,9% em janeiro, o nível mais alto desde agosto de 2018, impulsionado em parte pelo aumento dos preços ao consumidor no último ano.
Durante a pandemia da COVID-19, os preços das casas no Reino Unido e em outros países desenvolvidos dispararam, registrando um aumento de mais de 25%, de acordo com dados oficiais. No entanto, as transações imobiliárias desaceleraram significativamente no final de 2022, em meio à turbulência nos mercados obrigacionistas causada pelos planos orçamentários de Truss e ao aumento das taxas de juros pelo Banco da Inglaterra, que atuaram como um freio até 2023.