Seja muito bem-vindo ao seu Radar Diário de Ações – 27/03/2025. Hoje, vamos direto ao ponto, mas com profundidade: vamos analisar os principais movimentos do mercado com foco em três empresas que se destacaram no pregão. Esse conteúdo é para você, que acompanha o mercado de perto e quer ir além das manchetes. Pegue seu café e venha comigo.
Transporte & Logística | Bens de Capital | Infraestrutura
Simpar (SIMH3); COMPRA; Preço-alvo R$ 11,00
A Simpar entregou resultados sólidos no 4T24, com receita líquida de R$ 10,7 bilhões, alta de 26% em relação ao mesmo período do ano anterior. O EBITDA ajustado foi de R$ 2,7 bilhões, em linha com as estimativas. Mas o grande destaque foi o lucro líquido ajustado de R$ 81 milhões, que superou as projeções de mercado.
O resultado consolidado foi impulsionado pela performance de suas subsidiárias. A Vamos registrou lucro acima do esperado; a Movida superou estimativas com tendência de crescimento mesmo com aumento de frota; a JSL apresentou crescimento em receita, embora com margens pressionadas. Já a Automob mostrou forte avanço em receita líquida (+19% a/a), fruto de bom desempenho comercial e volume de veículos vendidos. Entre as empresas não listadas, a CS Infra se beneficiou da plena operação de concessões rodoviárias, e a Ciclus teve crescimento de 87% no EBITDA.
No lado financeiro, o nível de alavancagem caiu para 3,6x (abaixo do limite de 4x estabelecido), mesmo com um capex elevado de R$ 3,5 bilhões no trimestre. A dívida líquida da holding foi reduzida, e o custo médio da dívida caiu 1 p.p. a/a, para 9,0% ao ano.
O mercado agora espera atualizações sobre o plano de desalavancagem e os próximos passos na alocação de capital — elementos cruciais para sustentar a recomendação de compra. Com EV/EBITDA projetado de 4x para 2025, o valuation segue atrativo, mas o mercado quer ver execução firme na entrega de valor.
Rumo (RAIL3); COMPRA; Preço-alvo R$ 28,00
Em um roadshow recente, a Rumo atualizou os investidores sobre as principais tendências logísticas para o ano. Apesar do 1T mais fraco, há confiança em uma forte retomada a partir do 2T25, com o suporte de uma safra agrícola robusta e expansão de capacidade logística.
O mercado observou que os volumes de fevereiro superaram as expectativas, com destaque para o escoamento da soja fora do eixo tradicional, o que reforça a tese de que a logística ferroviária segue como diferencial competitivo.
No lado dos preços, o frete rodoviário perdeu força recentemente, o que beneficia os spreads ferroviários da Rumo, principalmente nos corredores Norte-Sul. A empresa segue com política de reajuste de preços atrelados à inflação.
Os desafios para o restante de 2025 incluem manter a operação em capacidade máxima, melhorar a eficiência no sistema ferroviário e resolver gargalos logísticos no Porto de Santos. Outro ponto importante são as renovações das concessões da Malha Oeste e Sul, ambas com vencimentos próximos. O projeto LDRV caminha para iniciar sua Fase 2, com custos estimados de R$ 25 a 30 milhões por km de ferrovia.
Além disso, o leilão do projeto FICO-FIOL está no radar, podendo abrir uma nova rota estratégica para o escoamento de grãos do MT até a Bahia. A Rumo também observa com atenção os impactos da entrada de novas tradings no porto de Santos, como Cofco, DPW e CHS.
Com guidance de EBITDA entre R$ 8,1 e R$ 8,7 bilhões em 2025, a Rumo segue como uma forte candidata à reprecificação positiva, caso entregue consistência nos resultados dos próximos trimestres.
Varejo & Consumo
CVC (CVCB3); NEUTRO; Preço-alvo R$ 3,00
A CVC divulgou resultados do 4T24 com sinais mistos, mas relevantes. No Brasil, as reservas utilizadas subiram 15% a/a, impulsionadas tanto pelo B2B quanto pelo B2C. Por outro lado, na Argentina, houve queda de 18%, o que impactou o desempenho consolidado.
A receita líquida consolidada foi de R$ 366 milhões, com alta de 4% a/a. O EBITDA ajustado veio em R$ 108 milhões, aumento de 25% frente ao ano anterior e superior às estimativas de analistas. No entanto, a empresa ainda registrou prejuízo líquido ajustado de R$ 50 milhões, com destaque negativo para o fluxo de caixa operacional, que ficou negativo em R$ 51 milhões.
A estrutura de custos foi ajustada com sucesso: as despesas administrativas caíram 3%, enquanto as despesas de vendas subiram 12%. Ainda assim, o impacto de R$ 140 milhões relacionado à IATA pesou no fluxo de caixa, exigindo atenção.
A reestruturação da empresa avança, mas ainda há desafios. A desalavancagem, a transição digital e a concorrência crescente com players online mantêm a recomendação neutra, apesar dos avanços operacionais observados.
Panorama Consolidado – Radar Diário de Ações – 27/03/2025
Nesta edição do Radar Diário de Ações – 27/03/2025, observamos três histórias diferentes, mas com pontos em comum: eficiência operacional, reestruturação e perspectivas de crescimento. Simpar, com uma holding diversificada que começa a colher os frutos de sua reorganização. Rumo, com uma tese de crescimento ancorada em logística ferroviária e expansão de capacidade. CVC, tentando reconquistar a confiança do mercado após anos difíceis.
O que todas têm em comum? O potencial de gerar valor — e o seu acompanhamento aqui, no Radar Diário de Ações – 27/03/2025, garante que você esteja à frente, com análise clara e estratégica.