Novos dados divulgados na segunda-feira pelo Gabinete do Governo do Japão revelaram uma queda mais acentuada do que o previsto nas encomendas de máquinas em janeiro, atribuída a um setor manufatureiro frágil. Esta situação levou o governo japonês a revisar sua visão sobre o indicador pela primeira vez em mais de um ano.
A diminuição nas encomendas de máquinas, consideradas um indicador crucial dos gastos de capital nos próximos meses, foi de 1,7% em relação ao mês anterior, segundo os dados. Esta queda superou as expectativas dos economistas, que esperavam uma redução de 1,0%, conforme uma pesquisa da Reuters. Esse declínio seguiu um aumento de 1,9% em dezembro.
Especialistas apontam que a produção fraca, combinada com uma demanda insatisfatória por produtos e interrupções na produção de fabricantes de automóveis, juntamente com a incerteza causada pelo terremoto na Península de Noto no Ano Novo, podem ter desencorajado os fabricantes a investir em capital.
Como resultado, o governo japonês rebaixou sua avaliação sobre as encomendas de máquinas, passando de “estagnação” para “mostrando alguma fraqueza”. Essa mudança reflete uma análise dos dados dos últimos três meses, de outubro a dezembro.
Setorialmente, as encomendas dos fabricantes caíram 13,2% em janeiro em comparação com o mês anterior, com destaque para as indústrias químicas e automobilísticas. Enquanto isso, as encomendas no setor de serviços aumentaram 6,5%.
Apesar dos aumentos salariais significativos nas principais empresas japonesas, que aumentaram as expectativas de uma mudança na política de taxas de juros negativas pelo Banco do Japão (BOJ), os dados de segunda-feira podem ter um impacto limitado sobre a decisão do banco central, dada a firmeza dos investimentos de capital.
Embora a economia japonesa tenha evitado uma recessão técnica no final do ano passado, com um crescimento modesto no quarto trimestre, os sinais de fraqueza persistem, conforme destacado por observadores econômicos e líderes políticos.