Em dezembro, as exportações de Taiwan sofreram uma queda mais acentuada do que o previsto, marcando seu desempenho mais fraco em seis meses. Este declínio significativo, de 16,0% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando US$ 43,81 bilhões, contrastou fortemente com as expectativas dos analistas, que previam apenas uma diminuição de 0,25%, de acordo com uma pesquisa da Reuters. Este resultado representa o pior desempenho desde julho, quando as exportações já enfrentavam dificuldades.
Os pedidos de exportação, especialmente no setor de alta tecnologia, são considerados um indicador crucial da demanda global por produtos taiwaneses, notadamente aqueles fabricados por gigantes tecnológicos como a TSMC, uma renomada fabricante de chips.
O Ministério de Assuntos Econômicos de Taiwan expressou sua preocupação, afirmando que espera uma contração adicional nas encomendas de exportação para janeiro, projetando uma redução entre 20,0% e 15,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Huang Yu-ling, diretor da agência de estatísticas do ministério, ressaltou que a crescente incerteza em relação ao crescimento econômico global está tornando os fabricantes taiwaneses mais cautelosos em relação aos pedidos. Fatores como o ambiente de preços elevados, taxas de juros elevadas e incertezas geopolíticas são citados como contribuintes para essa precaução, potencialmente suprimindo o consumo e o investimento a curto prazo e impactando a recuperação econômica.
Além disso, o ministério destacou as tensões crescentes no Mar Vermelho como um fator preocupante para o comércio global, obrigando os transportadores a desviar rotas para a África Austral. No entanto, apontou para a contínua expansão da demanda por aplicações de computação de alto desempenho e inteligência artificial como uma área de otimismo.
A falta de demanda por produtos tecnológicos taiwaneses em meio à incerteza econômica global levou o governo a prever um crescimento econômico mais lento para a economia dependente das exportações, esperando que 2023 registre a expansão mais lenta dos últimos 14 anos. Os dados preliminares do produto interno bruto estão programados para serem divulgados no final deste mês.
Em termos setoriais, as encomendas de produtos de telecomunicações caíram 25,3%, enquanto os produtos eletrônicos registraram uma queda de 12,9% em dezembro, ambos em comparação com o mesmo período do ano anterior. As encomendas provenientes da China diminuíram 3,5%, em contraste com o aumento de 8,8% no mês anterior, enquanto os pedidos dos Estados Unidos sofreram uma redução acentuada de 21,6%, em comparação com a queda de 2,4% em novembro. Da Europa, as encomendas caíram 39,4%, representando uma deterioração significativa em relação à queda de 21,1% registrada no mês anterior. Do Japão, as encomendas também diminuíram, caindo 30,5% em dezembro, comparadas à contração de 29,0% em novembro.