A produção industrial dos EUA teve quase nenhuma evolução em maio, registrando uma alta de apenas 0,1%. Em abril, o índice havia caído 0,5%, sendo agora revisado com leve recuperação. No comparativo anual, houve aumento de 0,5%, porém a retomada é bem tímida.
A desaceleração foi impulsionada pelo resultado desigual entre os segmentos industriais. O destaque positivo foi o setor automotivo e aeroespacial, que registrou crescimento de 4,9% e 1,1%, respectivamente. No entanto, esses avanços foram insuficientes para compensar o desempenho fraco de outros segmentos. A fabricação de metais, máquinas e produtos minerais não metálicos caiu mais de 1%, puxando para baixo a média geral.
No conjunto de bens duráveis, a produção subiu apenas 0,4%, enquanto bens não duráveis diminuíram 0,2%, refletindo a queda na fabricação de produtos como eletrônicos, petróleo e bebidas. A indústria extrativa (mineração) mostrou recuperação modesta de 0,1%. Por outro lado, o setor elétrico recuou 2,9%, cancelando parte dos ganhos na produção de gás, que teve acesso de 2,7%.
O índice de utilização da capacidade instalada caiu para 77,4%, ainda distante da média histórica. Isso indica que a indústria norte-americana segue sem operar em plenitude.
O papel das tarifas
Parte da explicação para o crescimento moderado da produção industrial está nas tarifas. A elevação dos impostos sobre aço e alumínio de 25% para 50%, além do aumento de tarifas sobre veículos e peças em 25%, elevou o custo de insumos. Essa pressão nos custos reflete-se em segmentos dependentes de insumos importados, que viram sua competitividade reduzir. A imposição de tarifas, por mais que tenha como justificativa o fortalecimento da indústria doméstica, tende a ter efeito temporário — e os custos caem sobre os fabricantes.
Impactos macroeconômicos e política monetária
O comportamento da produção industrial dos EUA em maio reforça os desafios enfrentados pela economia. Com crescimento moderado e tarifas elevando custos, a nomeação de continuidade na abordagem cautelosa por parte do Federal Reserve se sustenta. O Fed poderá manter a taxa de juros inalterada nas próximas reuniões, uma vez que a inflação industrial e os custos de produção seguem pressionando os resultados.
Para investidores, o desempenho fraco da produção industrial sugere atraso na recuperação econômica mais ampla. A atenção agora se volta para indicadores complementares: vendas no varejo, novos dados industriais e pesquisas de confiança que apontem se a retomada ganha consistência.