A produção industrial brasileira avançou 0,1% em agosto de 2024, conforme dados divulgados nesta quarta-feira. O resultado, que veio em linha com as expectativas do mercado, interrompe a queda registrada em julho, quando o setor recuou 1,4%, e confirma a resiliência da atividade industrial no país.
O desempenho positivo de agosto foi impulsionado pela indústria extrativa, que registrou um crescimento de 1,1% no mês. Esse avanço foi suficiente para compensar a queda de 0,3% da indústria de transformação, que enfrentou retração nos bens de capital após um mês de julho excepcionalmente forte.
Aceleração no Acumulado de 12 Meses
No acumulado de 12 meses, o crescimento da produção industrial acelerou de 2,2% para 2,4%, destacando uma recuperação contínua no setor. O resultado também contribuiu para melhorar o carrego estatístico do ano, que agora aponta para um crescimento de 2,5% para o período.
No 3º trimestre, o indicador registra alta de 1,0%, reforçando a expectativa de que a economia brasileira continuará avançando de forma robusta até o final do ano. Analistas acreditam que o setor industrial continuará desempenhando um papel crucial no crescimento econômico do Brasil em 2024, com projeções de expansão acima de 3%.
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Indústria Extrativa Compensa Queda em Transformação
O crescimento da indústria extrativa foi o principal destaque de agosto, compensando o desempenho mais fraco da indústria de transformação, que registrou uma queda de 0,3% no mês. A retração nos bens de capital após um forte desempenho em julho contribuiu para esse resultado, mas especialistas apontam que o setor deve se estabilizar nos próximos meses.
Juros Altos e Perspectivas para Inflação
Apesar do avanço, o ambiente de juros altos continua a pesar sobre a atividade industrial, mas não tem sido suficiente para frear o crescimento. A resiliência da economia brasileira, mesmo diante de uma política monetária restritiva, reforça as preocupações com a inflação, especialmente em função do hiato positivo entre oferta e demanda.
O Comitê de Política Monetária (Copom) já havia destacado esse risco em sua última reunião, quando anunciou o início de um novo ciclo de aperto monetário para conter as pressões inflacionárias. O resultado de agosto, que confirma a recuperação gradual da indústria, também sustenta as projeções de inflação mais elevadas para 2024.