Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), fez previsões sobre a trajetória da inflação na zona do euro durante uma sessão no Parlamento Europeu nesta segunda-feira, 26. Lagarde destacou que a inflação continuará desacelerando devido à diminuição da influência de choques anteriores e às atuais condições financeiras restritivas.
Durante seu discurso, Lagarde reiterou a busca por maior confiança na direção da inflação em relação à meta antes de considerar cortes nas taxas de juros. Ela ressaltou que as taxas de juros permanecem em níveis que, se mantidos por um período suficiente, contribuirão significativamente para o retorno da inflação à meta de médio prazo de 2%.
A dirigente enfatizou a importância de um processo de desinflação contínuo e a necessidade de confiança na sustentabilidade da trajetória da inflação em direção à meta. Ela destacou que o conselho continuará a basear suas decisões na análise de dados, levando em consideração a perspectiva da inflação, sua dinâmica subjacente e a eficácia da política monetária.
Lagarde também alertou para os desafios adicionais que a zona do euro enfrenta, incluindo os preços elevados de energia e a instabilidade geopolítica, que ameaçam a competitividade da região. Além disso, destacou os desafios estruturais como o envelhecimento da população, as mudanças climáticas e a digitalização.
Para enfrentar esses desafios, Lagarde enfatizou a necessidade de fortalecer a resiliência a choques e investir em autonomia estratégica, defendendo progressos em independência, investimento e integração na Europa unida.
A presidente do BCE também abordou a importância de avançar na independência energética, especialmente diante da atual dependência da energia russa. Ela incentivou o aumento do investimento em energias renováveis e tecnologias verdes para reduzir a vulnerabilidade da região a choques globais e melhorar a segurança energética.
Além disso, Lagarde observou que, apesar da fraqueza econômica, o mercado de trabalho tem se mantido resiliente, embora haja alguns sinais de enfraquecimento. Ela expressou otimismo em relação a uma possível retomada econômica posterior neste ano, enquanto observava a desaceleração da inflação, tanto nos bens quanto nos serviços.
A presidente do BCE também comentou sobre as pressões salariais persistentes e a diminuição da contribuição dos lucros para as pressões de custos domésticos, sugerindo que os aumentos nos custos de trabalho estão sendo absorvidos parcialmente pelos lucros e não estão sendo totalmente repassados aos consumidores.