O terceiro trimestre de 2024 apresenta um cenário complicado para o setor de petróleo e gás no Brasil. Com uma queda de 7% nos preços do Brent, situando-se em torno de US$ 79 por barril, e um ambiente macroeconômico desafiador, as expectativas são de que as empresas privadas enfrentem resultados mais fracos. Segundo a análise do BTG Pactual, as empresas que conseguirem manter a resiliência na geração de fluxo de caixa poderão se destacar. Dentre as empresas brasileiras em foco estão PRIO, RECV e BRAV, cada uma com estratégias distintas para lidar com o trimestre.
PRIO: Fluxo de Caixa Resiliente, mas Produção e Preços em Baixa
A PRIO deve enfrentar um trimestre com produção e preços abaixo do esperado, mas com fluxo de caixa forte, evidenciando a resiliência de sua estrutura financeira. Com queda de 22% na produção de petróleo para uma média de 70 mil barris diários, a empresa deve reportar uma receita líquida de aproximadamente US$ 475 milhões, o que representa uma queda de 32% em relação ao trimestre anterior. O EBITDA ajustado está previsto em US$ 326 milhões, marcando uma redução de 40% em relação ao 2T24.
Apesar do cenário desafiador, a PRIO mantém seu foco na geração de caixa para os acionistas, com um fluxo estimado de US$ 168 milhões. Essa capacidade de manter o caixa positivo indica que a empresa possui uma base sólida para enfrentar períodos de volatilidade no mercado de petróleo e gás. Além disso, a empresa planeja retomar seu programa de recompra de ações após a divulgação dos resultados, buscando atrair investidores de longo prazo, especialmente enquanto aguarda as licenças ambientais para o desenvolvimento do campo de Wahoo.
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RECV: Estabilidade e Preparação para Expansão
A RECV deve registrar um trimestre de resultados neutros, mas com boas perspectivas para os próximos meses. A empresa, que tem mantido sua produção estável em 25-26 mil barris de óleo equivalente por dia, enfrenta menos problemas operacionais em comparação com o início do ano. A estratégia da RECV tem sido focada em aumentar a confiabilidade operacional e reduzir interrupções logísticas, o que a posiciona bem para uma expansão de produção prevista para o 4T24.
Com uma receita líquida projetada de US$ 148 milhões e EBITDA de US$ 79 milhões, a RECV demonstra um desempenho estável. O lucro líquido deve ficar em torno de US$ 24 milhões, com margem EBITDA ajustada de 53,3%. Essas melhorias, combinadas com uma administração conservadora na alocação de capital, reforçam a perspectiva de uma distribuição de dividendos mais robusta no futuro próximo, caso a empresa consiga ampliar suas operações conforme planejado.
BRAV: Impacto de Itens Não Recorrentes no Primeiro Trimestre Após Fusão
Para a BRAV, o 3T24 marca o primeiro trimestre completo desde sua fusão, mas também um período com vários eventos não recorrentes. A empresa enfrentou interrupções na produção, incluindo paradas no FSPO Petrojarl em Atlanta e na operação de Papa Terra, o que resultou em uma expectativa de receita líquida de US$ 450 milhões e EBITDA ajustado de US$ 148 milhões. A previsão é de um prejuízo líquido de US$ 12 milhões, resultado das paralisações operacionais e desafios macroeconômicos.
Apesar dos resultados impactados, o mercado deve reagir de forma moderada, considerando que os problemas foram pontuais. No entanto, para atrair a confiança dos investidores, a BRAV precisará demonstrar um fluxo de caixa mais consistente e visibilidade de crescimento, que dependerão de uma reestruturação em seu portfólio e um aumento na produção ao longo dos próximos trimestres.
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Perspectivas do Setor de Petróleo e Gás no Brasil: Resiliência e Expansão
No cenário atual, as empresas do setor de petróleo e gás no Brasil que priorizam a resiliência financeira e estratégias de crescimento sólido poderão se destacar, apesar dos desafios macroeconômicos e da volatilidade no preço do petróleo. PRIO e RECV parecem estar melhor posicionadas para enfrentar esse ambiente, com geração de caixa robusta e planejamento estratégico para expansão de produção. A PRIO, por exemplo, continua a mostrar sua resiliência ao manter fluxo de caixa positivo e ao buscar o desenvolvimento de novos campos como Wahoo, enquanto a RECV se prepara para uma campanha de expansão que pode elevar sua capacidade de distribuição de dividendos.
A BRAV, embora tenha enfrentado um trimestre difícil, pode ter um futuro mais promissor caso consiga estabilizar sua produção e otimizar seu portfólio pós-fusão. No entanto, a empresa ainda enfrenta obstáculos para alcançar uma recuperação consistente, e os investidores devem acompanhar atentamente suas iniciativas de reestruturação.
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