A prévia operacional da Copel e Energisa no segundo trimestre de 2025 (2T25) trouxe destaques importantes sobre o desempenho de duas das maiores empresas do setor elétrico brasileiro. Enquanto a Copel (CPLE6) apresentou retração no consumo de energia ajustado, a Energisa (ENGI11) reportou crescimento sólido, impulsionado pelo aumento da demanda residencial e industrial.
Queda no consumo afeta desempenho da Copel
Na prévia operacional da Copel, os dados mostraram um cenário desafiador. A companhia registrou uma queda de 0,7% no consumo total de energia em relação ao ano anterior. Quando se considera a geração distribuída, que avançou 26,2% a/a, o consumo ajustado da empresa caiu 2,6% a/a.
A retração foi puxada principalmente pelo clima mais frio, que reduziu a demanda das residências em 2,5% e do comércio em 2,3%. O setor industrial teve uma leve alta de 2,8%, atenuando parcialmente os efeitos negativos. Já o consumo rural caiu 5,3% e a categoria “outros” teve retração de 2,6%.
Além disso, o consumo no mercado cativo encolheu 10,2%, enquanto o mercado livre registrou alta de 13,7%, mantendo-se como a principal frente de crescimento da empresa.
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Energia vendida pela Copel cresce mesmo com retração em G&T
Apesar da retração no consumo, a Copel viu um crescimento de 8,9% a/a na energia total vendida no trimestre, sustentado por:
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Comercialização: +21,0%
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Parques eólicos: +11,7%
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Distribuição: +6,4%
Esses resultados compensaram a queda de 8,2% no segmento de Geração & Transmissão, mantendo o desempenho operacional relativamente estável.
Energisa cresce com força no 2T25
A prévia operacional da Energisa apresentou expansão de 2,1% a/a no consumo consolidado de energia. O mês de junho foi o ponto alto, com crescimento de 7,0% a/a, impulsionado por altas temperaturas em estados como Mato Grosso e Rondônia, além do bom desempenho dos setores de alimentos, minerais e petróleo e gás.
As concessões EMT (+5,4%), ETO (+6,6%) e EAC (+4,8%) lideraram o crescimento, beneficiadas por maior consumo residencial, ciclos prolongados de faturamento e novas conexões de rede.
Energisa melhora eficiência com redução nas perdas
Outro destaque na prévia operacional da Energisa foi a queda nas perdas de energia, que recuaram 30 pontos-base t/t, passando de 12,34% no 1T25 para 12,04% no 2T25.
As maiores melhorias foram observadas nas unidades:
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ERO: -59bps
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EMT: -33bps
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EMS: -51bps
Por outro lado, embora ainda dentro dos limites da ANEEL, algumas unidades como EMT e ERO permanecem acima das metas regulatórias, com excedentes de 184bps e 109bps, respectivamente.
Perspectiva de mercado para Copel e Energisa
Para o restante de 2025, as duas empresas enfrentam cenários distintos:
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Copel (CPLE6): Enfrenta desafios com queda no consumo e forte dependência do mercado livre. No entanto, o crescimento nas vendas de energia e a diversificação da atuação mantêm a perspectiva estável.
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Energisa (ENGI11): Apresenta trajetória de crescimento sustentável, com destaque para a expansão residencial e redução de perdas, o que a coloca em posição favorável no setor.
O que dizem os analistas?
As projeções de mercado seguem otimistas com ambas as companhias:
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Copel: Recomendação de compra com preço-alvo de R$ 15,00, segundo BTG Pactual.
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Energisa: Recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 69,00.
A expectativa para os próximos trimestres é que a Copel busque eficiência operacional e aproveite os avanços da comercialização, enquanto a Energisa deve consolidar ganhos com sua expansão e melhoria da qualidade do serviço.
Setor elétrico em transformação
A prévia operacional da Copel e Energisa no 2T25 deixa claro que o setor elétrico continua em transformação. Os diferentes vetores — clima, geração distribuída, eficiência energética e perfil de consumo — moldam o desempenho das companhias e abrem oportunidades distintas para investidores atentos.