O preço da carne sobe mais de 15% no acumulado de 12 meses, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo IBGE. A inflação de 15,43%, registrada em novembro de 2024, é a maior desde outubro de 2021, quando a variação alcançou 19,71%. Esse aumento significativo tem pressionado os consumidores e impactado diretamente o mercado interno.
Fatores que Elevam os Preços da Carne
Os principais fatores por trás dessa alta incluem a redução da oferta de gado para abate, o aquecimento das exportações e as cotações históricas do boi gordo. A seguir, veja os cortes que mais contribuíram para o aumento em novembro de 2024:
Tabela: Principais Cortes de Carne e Altas de Preço em Novembro de 2024
Corte de Carne | Alta (%) |
---|---|
Alcatra | 9,31% |
Chã de Dentro | 8,57% |
Contrafilé | 7,83% |
Costela | 7,83% |
Esses números destacam como os consumidores estão pagando mais por cortes populares. André Almeida, gerente da pesquisa do IBGE, explicou que o desequilíbrio entre oferta e demanda tem sido o principal motor da inflação.
“A alta dos preços foi influenciada pela menor oferta de gado e pelo maior volume de exportações, que reduziram a disponibilidade de carne no mercado interno,” afirmou Almeida.
Exportações em Alta e Produção Doméstica em Queda
As exportações brasileiras de carne bovina continuam aquecidas, favorecidas pela desvalorização do real. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a projeção é de um crescimento de 1,8% no volume exportado em 2025. No entanto, a produção doméstica deve recuar 3,3%, o que pressiona ainda mais os preços no mercado interno.
A consultoria Datagro relatou que as cotações do boi gordo atingiram níveis históricos, impactando diretamente o custo da carne para atacadistas e varejistas.
“O comportamento dos preços sugere que parte da alta já foi repassada ao consumidor, mas a pressão ainda persiste,” destacou a consultoria.
Impacto no Consumo e Substituição
Com os preços da carne bovina subindo, os consumidores brasileiros estão mudando hábitos alimentares. Alternativas como aves e suínos têm ganhado espaço, representando uma saída para as famílias que enfrentam dificuldades para sustentar o consumo de carne bovina.
Um relatório da CNA apontou que o consumo interno de carne bovina deve cair 1,5% em 2025, enquanto a demanda por proteínas mais baratas, como frango e porco, deverá crescer. Esse movimento reflete o limite do orçamento familiar para absorver aumentos contínuos.
Preço da Carne sobe: Comparação com altas anteriores
A inflação atual é significativa, mas não é inédita. Nos últimos anos, o preço da carne tem enfrentado flutuações intensas. Confira abaixo:
Tabela: Histórico da Inflação da Carne nos Últimos Anos
Período | Variação Anual (%) |
---|---|
Novembro de 2024 | 15,43% |
Outubro de 2021 | 19,71% |
Dezembro de 2019 | 18,06% |
Esses dados destacam a volatilidade do setor, que é afetado tanto por condições internas, como a oferta de gado, quanto por fatores externos, como a competitividade no mercado internacional.
Perspectivas para o Mercado em 2025
O cenário para 2025 continua desafiador. Com a combinação de produção doméstica reduzida e exportações aquecidas, o preço da carne sobe e deve continuar assim. Além disso, a demanda externa pela carne brasileira é impulsionada por mercados como China e Oriente Médio, que valorizam a qualidade do produto nacional.
Por outro lado, no mercado interno, especialistas preveem que o consumidor buscará alternativas para manter o consumo de proteínas sem comprometer o orçamento. A substituição gradual da carne bovina por outras opções pode gerar mudanças significativas na cadeia produtiva nos próximos anos.
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Alternativas para Reduzir o Impacto
O preço da carne sobe e diante desse cenário, algumas estratégias podem ajudar consumidores e produtores:
- Consumo consciente: Planejar compras e aproveitar promoções pode reduzir o impacto no orçamento familiar.
- Investimentos no setor: Incentivos à produção de gado e melhorias na eficiência da cadeia produtiva podem ajudar a equilibrar oferta e demanda.
- Expansão de mercados externos: Apostar em novos mercados pode gerar maior estabilidade para os produtores, sem pressionar tanto o mercado interno.
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