Austan Goolsbee, presidente do Federal Reserve (Fed), reiterou hoje sua postura de não querer restringir as opções de política monetária, dada a incerteza em torno da inflação. Em uma entrevista ao Yahoo Finance nesta segunda-feira, ele concordou com a visão média das projeções mais recentes, que apontam para três cortes de juros neste ano, mas preferiu não especular sobre o momento exato da primeira redução quando questionado se poderia ocorrer em junho.
Sem direito a voto nas decisões de política monetária deste ano, Goolsbee compartilhou a opinião do presidente do Fed, Jerome Powell, de que o cenário da inflação não mudou significativamente, apesar de alguns números ligeiramente acima do esperado em janeiro.
Ele lembrou que o aumento da inflação em janeiro veio após vários meses de indicadores mais otimistas. No entanto, ele destacou a incerteza em relação à trajetória da inflação e, portanto, rejeitou qualquer tentativa de limitar a flexibilidade do Fed em relação ao timing dos cortes de juros.
Goolsbee enfatizou que à medida que a política monetária se mantém e a inflação perde força, a pressão sobre o Fed para reduzir os juros aumenta, o que justifica possíveis cortes no futuro.
Quando questionado sobre um possível corte em junho, ele observou que ainda há muitos indicadores a serem considerados até lá. É necessário garantir que a inflação esteja seguindo na direção correta antes de agir, acrescentou. Além disso, ele descartou a ideia de seguir algum modelo prévio, como a regra de Taylor, para determinar o momento apropriado para cortar os juros.
O presidente do Fed de Chicago também concordou com Powell sobre a perspectiva de ajustar em breve o ritmo de redução do balanço do Fed.
Goolsbee esclareceu que diminuir o ritmo dessa redução não implica comprometer-se a manter um tamanho maior do balanço. Ele enfatizou que considera questões relacionadas ao tamanho do balanço e à política de juros como totalmente distintas.