O petróleo registrou seu maior ganho diário desde 2022, com uma alta de 7%, após o Irã sugerir que pode fechar o Estreito de Ormuz, uma das rotas mais estratégicas do mundo para o transporte de petróleo. A medida foi considerada em meio a uma escalada de tensões após ataques entre Israel e Irã.
O comandante do IRGC, Esmail Kowsari, afirmou que a possibilidade de bloqueio está sendo avaliada seriamente, indicando que o país “tomará resolutamente a melhor decisão”. Cerca de 20% do petróleo bruto global passa pelo Estreito de Ormuz, o que torna qualquer ameaça de fechamento um gatilho imediato para o mercado.
Quem ganha com o petróleo em alta
Empresas produtoras como Petrobras (PETR4) e PRIO (PRIO3) são beneficiadas com preços mais elevados do petróleo. Isso ocorre porque seus custos de produção são relativamente baixos e a geração de caixa é robusta.
Além disso, distribuidoras como Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) também tendem a se beneficiar. Com a alta dos preços internacionais, o mercado doméstico ganha competitividade, o que pode melhorar as margens e os ganhos de estoque dessas empresas.
Quem perde com a escalada
Por outro lado, o setor petroquímico, especialmente a Braskem (BRKM5), deve enfrentar mais pressão. A alta do Brent encarece a nafta, principal insumo da companhia, enquanto os spreads continuam apertados. Isso pode reduzir ainda mais as margens da Braskem, que já enfrenta desafios financeiros.
Impactos e perspectivas
A disparada nos preços também pode gerar pressões políticas e econômicas, principalmente nos EUA. A ClearView Energy Partners destaca que os preços da gasolina podem subir até US$ 0,20 por galão, afetando o consumo e criando obstáculos para o governo Trump, que busca manter os preços de energia baixos.
Com a ameaça de fechamento do Estreito de Ormuz ainda no radar, investidores estão apostando em mais valorização do petróleo. O volume de opções de compra para o barril a US$ 80, com vencimento em agosto de 2025, foi o maior do ano, sinalizando forte expectativa de novas altas.