O petróleo estendeu as perdas da semana passada e fechou em queda de mais de 1% nesta segunda-feira (29). Os contratos mais líquidos do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, com vencimento para outubro, terminaram o dia com queda de 1,53%, a US$ 79,05 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Já os contratos do petróleo West Texas Intermediate (WTI), para setembro, recuaram 1,75%, a US$ 75,81 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), nos Estados Unidos.
Motivos da Queda
A queda nos preços do petróleo foi influenciada por vários fatores. A forte valorização do dólar no mercado internacional desempenhou um papel significativo. Como o petróleo é uma commodity negociada em dólares, a alta da moeda norte-americana torna o óleo bruto mais caro para investidores que utilizam outras moedas, reduzindo assim sua atratividade.
Além disso, preocupações sobre a demanda da China também pressionaram as cotações. A China, maior importadora de petróleo do mundo, tem mostrado sinais de desaceleração econômica, o que pode impactar negativamente a demanda por petróleo.
A escalada de tensões geopolíticas, como o recente ataque nas Colinas de Golã entre Israel e o grupo extremista Hamas, também contribuiu para a volatilidade nos preços. A possibilidade de um conflito mais amplo na região do Oriente Médio, uma área chave para a produção e transporte de petróleo, aumenta a incerteza no mercado.
Reunião da Opep+ no Foco dos Investidores
Outro fator que entrou no radar dos investidores é a próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, liderados pela Rússia — o grupo conhecido como Opep+. A reunião do Comitê de Monitoramento Ministerial Conjunto (JMMC, na sigla em inglês) está agendada para o dia 1º de agosto.
Segundo a Reuters, a Opep+ não deve recomendar mudanças na política de produção de petróleo do grupo, incluindo um plano para começar a reverter parte dos cortes na produção a partir de outubro. Atualmente, a Opep+ está cortando sua produção em um total de 5,86 milhões de barris por dia (bpd), ou cerca de 5,7% da demanda global, em uma série de medidas acordadas desde o final de 2022.
Impacto no Mercado
A queda nos preços do petróleo e a valorização do dólar tiveram repercussões nos mercados globais. As ações de empresas ligadas ao setor de petróleo e gás também foram impactadas, refletindo a incerteza sobre a demanda e os preços futuros do petróleo.