Petróleo cai mais de 3% nesta quinta-feira (15), reforçando o movimento de baixa iniciado no pregão anterior. O Brent, referência internacional, recua 3,13% e é negociado a US$ 64,02 o barril. Já o WTI, que serve de base para o mercado norte-americano, desvaloriza 3,39%, sendo cotado a US$ 61,04.
Essas quedas acontecem após um alerta da Agência Internacional de Energia (AIE) sobre uma desaceleração no ritmo de crescimento da demanda global de petróleo para o segundo semestre de 2025. A entidade projeta agora um crescimento de apenas 650 mil barris por dia (bpd), uma redução relevante frente aos 990 mil bpd registrados no primeiro trimestre deste ano.
Por que o petróleo cai?
A principal razão apontada pela AIE é a combinação de um ambiente econômico mais desafiador e o avanço dos veículos elétricos ao redor do mundo. O relatório destaca ainda a incerteza gerada pela política comercial dos Estados Unidos, principalmente por medidas tarifárias mais agressivas defendidas por Donald Trump.
Essa combinação tem impacto direto na atividade industrial e no comércio global, dois dos principais vetores de consumo de combustíveis fósseis. Com menos dinamismo na economia mundial, a projeção de crescimento da demanda de petróleo naturalmente sofre cortes — o que se reflete nos preços.
Além disso, a própria oferta global segue em alta. A AIE estima que a produção deve crescer em média 760 mil barris por dia até 2026, superando o ritmo da demanda. Isso pode gerar um cenário de sobreoferta e manter a pressão negativa sobre os preços.
Repercussão no mercado
A notícia de que o petróleo cai com força nesta quinta-feira se espalhou rapidamente entre analistas e investidores. A queda nos preços afeta desde as petroleiras listadas nas bolsas globais até a formação de preços de combustíveis ao consumidor.
Empresas como Petrobras (PETR4), ExxonMobil, Chevron e Shell podem sentir os reflexos em suas ações, já que margens de lucro e projeções de receita tendem a ser revisadas com a continuidade da queda no preço do barril.
No Brasil, a curva de preços da gasolina e do diesel pode acompanhar o movimento internacional, embora com defasagem e outros fatores internos em jogo, como câmbio e política de preços da Petrobras. Ainda assim, investidores ficam atentos.
O que esperar daqui pra frente?
O mercado agora olha para duas variáveis principais: os próximos relatórios da Opep e da AIE, além da evolução das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que podem aumentar ou reduzir a percepção de risco sobre a economia global.
Enquanto isso, o movimento de que o petróleo cai pode trazer algum alívio para os índices de inflação em alguns países. Mas para investidores expostos ao setor, o momento pede cautela, avaliação de portfólios e atenção redobrada às notícias que virão dos principais produtores mundiais.