A sexta-feira começou turbulenta para o setor de petróleo e gás, e as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) sentiram diretamente o impacto. Em queda firme desde a abertura dos mercados, os papéis da estatal lideraram as perdas do Ibovespa no início da tarde, pressionados pela forte correção da commodity no mercado internacional.
Por volta das 12h35, PETR3 recuava 2,94%, sendo negociada a R$ 32,67, enquanto PETR4 caía 2,19%, cotada a R$ 30,98. O movimento é reflexo da queda no preço do petróleo tipo Brent, que cedia 2,72%, negociado a US$ 65,17 por barril. O WTI, referência nos EUA, também recuava 2,95%, a US$ 61,61.
Estoques dos EUA e Opep+ pressionam o petróleo
O pano de fundo para o mau humor do setor vem dos Estados Unidos. A Administração de Informações sobre Energia (AIE) surpreendeu o mercado ao informar que os estoques de petróleo bruto aumentaram em 2,4 milhões de barris na última semana de agosto — número bem acima do esperado. O dado reforça a percepção de menor demanda, justamente num momento em que as refinarias entram em período de manutenção.
Para piorar, cresce a expectativa de que a Opep+, grupo liderado por Arábia Saudita e Rússia, anuncie aumento de produção já em outubro. Segundo fontes ouvidas pela Reuters, ao menos oito países membros estão dispostos a revisar suas metas de oferta na reunião marcada para este domingo. O aumento da produção em meio a estoques mais altos naturalmente pressiona os preços para baixo — e, consequentemente, os papéis da Petrobras.
Ibovespa resiste com dados dos EUA
Apesar da pressão da Petrobras (PETR3;PETR4), o Ibovespa opera em leve alta na sessão, impulsionado por dados mais fracos do mercado de trabalho dos EUA. O chamado payroll indicou a criação de apenas 22 mil vagas em agosto, contra expectativa de 76 mil. A leitura do mercado é que a fraqueza do dado fortalece o cenário de corte de juros pelo Fed já na reunião de setembro, o que dá fôlego às bolsas globais.
Petrobras segue sensível ao petróleo
Com grande correlação com a commodity, a Petrobras (PETR3;PETR4) tende a responder rapidamente aos movimentos do petróleo no mercado internacional. A queda desta sexta reforça essa dinâmica e acende o alerta para os investidores: enquanto o petróleo seguir pressionado, o desempenho da petroleira continuará vulnerável — mesmo diante de fundamentos internos estáveis.