Entre Altas e Baixas notícias sobre ações, Investimentos e Mercado economia
Pesquisar
Close this search box.
Payroll de maio nos Estados Unidos desafia expectativas e pressiona Fed

Payroll de maio nos Estados Unidos desafia expectativas e pressiona Fed

O payroll de maio nos Estados Unidos surpreendeu ao mostrar a criação de 272 mil empregos, superando todas as previsões. Apesar da forte adição de empregos em setores como saúde, educação e lazer, a taxa de desemprego subiu para 4%, enquanto a taxa de participação recuou para 62,5%.
payroll eua estados unidos dados de emprego

O payroll de maio nos Estados Unidos apresentou resultados que desafiaram as expectativas do mercado, com a criação de 272 mil empregos, muito acima do projetado pelos economistas, que esperavam números mais baixos devido aos recentes sinais de desaceleração econômica. Os setores de saúde, educação, lazer e hospitalidade foram os principais responsáveis pelo crescimento, setores que historicamente sofreram com impactos severos durante a pandemia. O número surpreendente de empregos adicionados pressionou os mercados e forçou uma reavaliação das expectativas de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed).

Desemprego e Participação no Mercado de Trabalho

Apesar do forte crescimento no payroll, a taxa de desemprego subiu inesperadamente para 4%, encerrando uma sequência de 27 meses com desemprego abaixo desse nível – a maior desde a década de 1960. Esse aumento na taxa de desemprego foi especialmente acentuado entre a população negra, que viu sua taxa saltar de 5,6% para 6,1%. Em contrapartida, a taxa de desemprego para pessoas brancas permaneceu em 3,5%. O payroll de maio nos Estados Unidos também destacou uma leve retração na taxa de participação, que caiu para 62,5% devido à saída de mais de 400 mil trabalhadores do mercado de trabalho, especialmente jovens adultos que deixaram seus empregos temporariamente.

Os dados do payroll indicam uma diferença entre a pesquisa de estabelecimento, que reporta o número de novos empregos, e a pesquisa domiciliar, que apontou uma queda de 408 mil empregos. Esse declínio sugere uma possível distorção nos dados do payroll devido a fatores como mudanças sazonais, especialmente entre trabalhadores mais jovens, cujo movimento no mercado é mais intenso no início do verão americano.

CLIQUE AQUI E CONFIRA O CALENDÁRIO DE DIVIDENDOS PARA 2024

Crescimento Salarial e Pressões Inflacionárias

Outro aspecto importante revelado pelo payroll de maio nos Estados Unidos foi o crescimento dos salários. O aumento foi de 0,4% em relação a abril, enquanto o crescimento anual dos salários chegou a 4,1%. Esse aumento coloca uma pressão inflacionária adicional sobre a economia, já que o crescimento salarial pode impulsionar a demanda de consumo em um momento em que o Fed tenta justamente desacelerar a economia. Os aumentos salariais, embora benéficos para os trabalhadores, dificultam os planos do Fed de reduzir a inflação para a meta de 2%, uma vez que custos maiores podem ser repassados aos preços.

Segundo Mohamed El-Erian, analista e ex-CEO da Pimco, o forte crescimento dos salários observado no payroll de maio nos Estados Unidos “fecha as portas” para uma redução na taxa de juros em julho, uma vez que o Fed pode querer observar dados adicionais antes de implementar uma mudança na política monetária.

Repercussão nos Mercados Financeiros

Os dados do payroll de maio trouxeram reações imediatas nos mercados. Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos dispararam, com o rendimento dos títulos de dois e dez anos subindo cerca de 12 pontos-base logo após o anúncio do payroll. O mercado acionário, por outro lado, registrou uma queda nas primeiras horas após a divulgação, com o índice S&P 500 recuando cerca de 0,3%. O dólar também se valorizou em relação a outras moedas, refletindo a visão de que o Fed pode postergar os cortes de juros esperados para setembro, que já haviam sido precificados por investidores.

Especialistas do Morgan Stanley, por exemplo, mantêm a previsão de três cortes de taxa pelo Fed em 2024, com o primeiro aguardado para setembro. Essa projeção, entretanto, pode ser revista caso o próximo relatório de payroll mostre sinais contínuos de resiliência na criação de empregos, o que afastaria ainda mais a possibilidade de cortes.

Desafios para o Federal Reserve

Para o Federal Reserve, o payroll de maio nos Estados Unidos levanta questões significativas. Embora o crescimento de empregos tenha sido robusto, o aumento da taxa de desemprego e a queda na participação no mercado de trabalho indicam uma desaceleração subjacente que o Fed precisará observar. Dados como o aumento de pedidos de seguro-desemprego e a retração na criação de novas vagas apontam para um mercado de trabalho em transformação, que pode complicar a decisão do Fed quanto a futuras mudanças nas taxas de juros.

A taxa de desemprego de 4%, inclusive, já estava prevista pelo Fed em seu último relatório de perspectivas econômicas de março, sugerindo que o banco central pode ver a situação atual como uma “volta à normalidade”. Contudo, o crescimento inesperado no payroll coloca uma pressão adicional, com a possibilidade de que as taxas de juros fiquem inalteradas até o final do ano, ou pelo menos até que mais dados sobre o mercado de trabalho sejam analisados.

Indicadores Divergentes e Sinais de Recessão

Outro ponto de destaque no payroll de maio nos Estados Unidos é a divergência entre os dados de emprego do payroll e a pesquisa domiciliar, além de outros indicadores econômicos recentes que sugerem uma desaceleração. A regra de Sahm, que relaciona o aumento do desemprego à chegada de uma recessão, já está próxima do limite, com o aumento de 0,4% na taxa de desemprego em maio indicando uma possível recessão no horizonte.

O aumento na diferença entre o payroll e os dados domiciliares também reforça a visão de que o mercado de trabalho pode estar mais fraco do que os números indicam, com fechamentos de pequenas empresas não sendo captados de imediato nos dados do payroll. Se o cenário se agravar, a pressão para o Fed cortar os juros antes do previsto pode retornar, uma vez que o mercado precisará de um estímulo para compensar a perda de dinamismo no emprego.

Expectativas para os Próximos Meses

O payroll de maio nos Estados Unidos traz perspectivas complexas para o futuro próximo, especialmente com os números de inflação do índice de preços ao consumidor (CPI) e a decisão de política monetária do Fed agendada para este mês. Caso o CPI aponte para uma inflação persistente, o Fed deve reforçar seu tom cauteloso, mantendo a taxa de juros alta para conter as pressões sobre os preços.

Julia Pollak, economista-chefe da ZipRecruiter, prevê que a taxa de emprego de jovens e novos graduados tende a cair durante o verão, o que poderia aliviar um pouco a pressão sobre o payroll e trazer o mercado de trabalho para um patamar mais equilibrado. No entanto, a perspectiva de um verão de menor dinamismo não tranquiliza o Fed, que monitora de perto as possíveis mudanças no comportamento do consumo e do emprego.

Em suma, o payroll de maio nos Estados Unidos surpreendeu com um crescimento expressivo de empregos, mas também trouxe sinais de fragilidade, com o aumento do desemprego e a redução na taxa de participação. Esses dados reforçam a posição cautelosa do Fed, que pode adiar os cortes de juros esperados até que o mercado de trabalho apresente uma trajetória mais clara e condizente com os objetivos de estabilização da economia.

Analistas financeiros apontam que o impacto do payroll transcende as fronteiras americanas, influenciando diretamente os fluxos de capital global. A expectativa é que um dado surpreendentemente positivo possa intensificar a aversão ao risco, enquanto um resultado mais fraco pode trazer alívio temporário aos mercados emergentes.

Compartilhe

Curso gratuito de milhas
Curso gratuito de milhas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Destaques do Dia

Fiagros em junho

BTG aponta Fiagros com retorno de até 18% a.a, veja quais são

EUA e Canadá

Negociações comerciais entre EUA e Canadá estão se encerrando, afirma Trump

Argentina supera a China

Crescimento do PIB da Argentina supera a China no 1T25

Investimento estrangeiro na B3

Investimento estrangeiro na B3 no 1º semestre alcança maior fluxo desde 2022

acordo comercial entre EUA e China

S&P 500 e Nasdaq renovam recorde histórico com acordo comercial entre EUA e China

eleições de 2026

Tarcísio lidera com 11 pontos sobre Lula e aprovação do atual governo cai para 23,9%

Governo entrará com ação no STF

Lula decide que governo entrará com ação no STF para questionar derrubada do IOF pelo Congresso

Destaques da Sexta-feira - 27/06/2025

Ecorodovias conquista novo contrato bilionário e Brasil busca receitas após queda do IOF: os destaques desta sexta-feira (27)

PIB dos EUA

Queda do PIB dos EUA indica recessão mais forte que o previsto

amazon

Amazon elege Brasil como prioridade global para novos investimentos em 2025

Petrobras

Petrobras (PETR4): Veja como ficam o caixa e os dividendos com o petróleo de volta a US$ 65

IPCA-15 de Junho 2025

IPCA-15 de Junho 2025 sobe 0,26% e acumula alta de 5,27% no ano

derrota do IOF

Haddad cogita taxar dividendos e fazer cortes em programas sociais após derrota do IOF

BlackRock anuncia novos ETFs

BlackRock anuncia novos ETFs, entenda o impacto para investidores

Nasdaq

Nasdaq nas alturas: Por que a bolsa de tecnologia está nas máximas históricas?

governo mira taxação dos mais ricos

Pressionado, governo mira taxação dos mais ricos e fim da escala 6×1 para tentar recuperar apoio

Destaques da Sexta-feira - 27/06/2025

JBS retoma M&A, Nvidia bate recorde e Méliuz reduz participação: os destaques desta quinta-feira (26)

expectativas de inflação no Reino Unido

Expectativas de inflação no Reino Unido disparam para 4,3% e preocupam o mercado Resumo

lula critica empresários

Lula diz estar ‘cansado’ de ouvir empresários reclamando de impostos

Javier Milei

Veja como Javier Milei tirou a Argentina do buraco em menos de 2 anos de mandato

FII TRXF11

FII TRXF11 compra imóvel locado ao Assaí por R$ 47 milhões

debêntures da Petrobras

Petrobras (PETR4) emite R$ 3 bilhões em debêntures, com taxas que pagam menos que os títulos públicos

preço do combustível

Governo aprova mistura do etanol na gasolina de 27% para 30% e projeta queda no preço do combustível

Destaques da Sexta-feira - 27/06/2025

JBS levanta US$ 3,5 bi, PRIO emite debêntures e Totvs avança em M&A: os destaques desta Quarta-feira (25)

confiança do consumidor dos EUA

Confiança do consumidor dos EUA enfraquece com receios no mercado de trabalho

êxodo de milionários no Brasil

Êxodo de milionários no Brasil em 2025 será o 6º maior do mundo; projeta consultoria

cessar‑fogo entre Israel e Irã

Irã anuncia fim da guerra; veja os impactos na economia mundial

ações da CVC

Ações da CVC (CVCB3) disparam até 10% nesta terça-feira (24); o que está por trás da forte alta?

Petrobras pode anunciar parceria em etanol

Petrobras (PETR4) pode anunciar parceria em etanol até o fim do ano, diz gerente-executivo

impostos para empresas em debêntures incentivadas

O aumento silencioso de impostos para empresas em debêntures incentivadas

Material Gratuito

Saída Fiscal do Brasil

Saiba as vantagens e os riscos de dar a saída fiscal do Brasil e entenda por que muito brasileiros estão seguindo este rumo.

Carteira Criptoativos - Junho/25

Carteira Criptoativos é um portfólio otimizado que incorpora rebalanceamentos realizados periodicamente pela equipe de especialistas em ativos digitais do BTG Pactual.

Alavancagem Patrimonial com Consórcio

Descubra como usar o consórcio para construir patrimônio com estratégia — sem juros, sem pressa, com total controle.

FUNDOS IMOBILIÁRIOS (FIIs) JUNHO 2025 - CARTEIRA RECOMENDADA

Descubra as melhores oportunidades de investimento em FII, com análises profundas e recomendações exclusivas

Carteira recomendada de Ações 10SIM | Junho

Obtenha acesso exclusivo às 10 principais recomendações de ações para 2025, selecionadas pelos analistas experientes do BTG Pactual.

SMALL CAPS JUNHO 2025 - CARTEIRA RECOMENDADA

A Carteira de Ações Small Caps que transformou R$ 25.000,00 em mais de 1 Milhão nos últimos 10 anos. Não perca essa chance, baixe agora e começe a lucrar!

Cotações de Ações