O ouro encerrou esta terça-feira (30) em mais um recorde nominal histórico, impulsionado pela fraqueza do dólar e pelo risco de paralisação do governo dos Estados Unidos. O contrato mais líquido, com vencimento em dezembro, avançou 0,47% e terminou a sessão cotado a US$ 3.873,20 por onça-troy na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
Durante o pregão, o ouro também atingiu a máxima histórica intradia, chegando a US$ 3.899,20 por onça-troy. Foi a quarta sessão consecutiva de alta para o metal, que já havia fechado ontem (29) em US$ 3.855,20.
Com essa sequência de ganhos, o ouro acumulou valorização de 10,2% em setembro e um expressivo avanço de 17,1% no terceiro trimestre de 2025.
O que impulsiona a valorização do ouro
O principal fator de pressão altista vem da instabilidade política nos Estados Unidos. Ontem, o vice-presidente J.D. Vance afirmou que uma paralisação do governo era “provável”, diante do impasse nas negociações orçamentárias com os democratas. Hoje, o presidente Donald Trump reforçou o alerta, dizendo que os EUA caminham para a 15ª paralisação governamental desde 1981, acrescentando que seu governo pode adotar “mudanças irreversíveis” durante o processo.
Esse cenário aumenta a procura pelo ouro como ativo de proteção em momentos de incerteza, reforçando seu papel de porto seguro para investidores globais.
Dólar enfraquecido e expectativa sobre o Fed
Outro fator que sustenta a valorização do ouro é a desvalorização do dólar. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de divisas globais, já acumula queda de quase 10% desde janeiro.
Além disso, o mercado aposta que o Federal Reserve (Fed) deve cortar os juros ainda este mês. Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, há 96,2% de chance de redução de 0,25 ponto percentual em setembro, contra 89,8% na véspera. Hoje, a taxa está entre 4,00% e 4,25% ao ano.
Expectativas para os próximos dias
O possível shutdown pode adiar a divulgação de dados cruciais sobre o mercado de trabalho, como o payroll, previsto para esta sexta-feira (3). Esse atraso pode aumentar ainda mais a volatilidade no mercado, fortalecendo o apetite por ouro como alternativa de proteção em relação a ativos de risco.
