Bom dia, investidor. Acordar em uma segunda-feira com os mercados internacionais derretendo não é exatamente a motivação que a gente espera para começar a semana, certo? Mas é isso que temos hoje — e é fundamental entender o que está por trás desse clima pesado e, principalmente, o que esperar do Ibovespa daqui para frente.
O gatilho do pânico global
Tudo começou com as tarifas implementadas no sábado (5) pelos Estados Unidos. Donald Trump não apenas colocou uma sobretaxa de 10% sobre produtos de 180 países, incluindo o Brasil, como também prometeu aumentar as alíquotas para 34% sobre a China e 20% para a União Europeia a partir de quarta-feira (9).
Essas medidas acentuaram temores sobre uma nova recessão global. Os protestos que eclodiram nos EUA e na Europa no final de semana, somados às falas do próprio Trump, não ajudaram a acalmar o mercado. Em entrevista no domingo, o presidente disse que “às vezes, é preciso tomar um remédio amargo para consertar algo”. Isso foi o suficiente para colocar fogo nos mercados asiáticos.
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Bolsas despencam, do Oriente à Wall Street
Veja como fechou a madrugada no leste do planeta:
Índice | Variação |
---|---|
Tóquio/Nikkei | -7,68% |
Hong Kong/Hang Seng | -13,22% |
China/Xangai | -7,34% |
Na Europa, a abertura foi negativa:
Índice | Variação |
Londres/FTSE100 | -3,91% |
Frankfurt/DAX | -4,55% |
Paris/CAC 40 | -4,44% |
Wall Street também não escapa:
Índice | Futuro |
Nasdaq | -2,37% |
S&P 500 | -2,25% |
Dow Jones | -2,39% |
Ibovespa: abrindo a semana na corda bamba
Com esse pano de fundo, o Ibovespa caminha para mais um dia de forte pressão. Sem indicadores econômicos relevantes agendados para esta segunda, a bolsa brasileira ficará totalmente exposta ao humor externo.
Na sexta-feira, o Ibovespa fechou em 127.256 pontos, em queda de 2,96%, o pior nível desde meados de março. E na semana, acumulou perda de 3,52%.
No pré-mercado americano, o ETF brasileiro iShares MSCI Brazil (EWZ), que serve como um termômetro do Ibovespa para investidores estrangeiros, já recua mais de 3%, negociado a US$ 23,63.
Dólar e commodities: reflexo da insegurança
O dólar à vista subiu para R$ 5,8350 na sexta-feira, uma alta de 3,68%. Com o risco global aumentando e investidores buscando ativos mais seguros, é natural que o real perca valor. Esse movimento pode se intensificar caso a tensão comercial se mantenha ao longo da semana.
No mundo das commodities, o petróleo e o minério de ferro também operam em forte baixa:
Commodity | Variação | Preço (US$) |
Petróleo Brent | -2,85% | 63,69 |
Petróleo WTI | -3,11% | 60,08 |
Minério de ferro | -3,29% | 98,46 |
Criptomoedas também sofrem
Nem mesmo os ativos digitais escapam do pessimismo:
Ativo | Variação | Preço (US$) |
Bitcoin | -6,9% | 77.091,76 |
Ethereum | -15,7% | 1.504,84 |
E a agenda do dia?
Do lado macroeconômico, os dados mais relevantes são o Boletim Focus (08h25), os indicadores industriais (10h) e a balança comercial (15h). Nenhum deles é forte o suficiente para reverter o humor externo, mas podem ajudar a entender a percepção do mercado sobre juros e inflação.
Na política, o presidente Lula cumpre agenda em Montes Claros (MG) e Cajamar (SP), enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o acompanha. Gabriel Galípolo tem encontros com grandes nomes do setor bancário, incluindo Rubens Menin (Banco Inter) e José Olympio (Banco Safra).
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O que esperar do Ibovespa nesta segunda-feira?
A resposta curta: mais pressão, mais volatilidade e um mercado que vai seguir testando resistências.
Com as incertezas sobre a guerra comercial, recessão global e a força do dólar, é provável que o Ibovespa siga o mesmo ritmo das bolsas globais.
Para o investidor, o momento pede cautela. Evite operações impulsivas e mantenha a carteira diversificada. Ficar de olho no noticiário político e econômico global é fundamental.
E lembre-se: mesmo nos dias mais sangrentos do mercado, às vezes surgem as melhores oportunidades. Por isso, continue nos acompanhando ao longo do dia aqui no Entre Altas e Baixas