No contexto do mercado de combustíveis, a pergunta que ecoa entre os consumidores é: “O preço da gasolina vai cair?”. Para entender essa dinâmica, é crucial analisar diversos fatores que influenciam diretamente na formação dos preços, tais como o câmbio, os valores de referência internacional (RVO), o frete marítimo e o preço de paridade de importação (PPI).
Câmbio e Preços de Referência Internacional: No fechamento do mercado em 05/12/2023, o câmbio (Ptax) registrou um patamar elevado, encerrando em R$4,95U$. Essa condição exerce pressão nos preços dos produtos importados, como a gasolina e o óleo diesel. Adicionalmente, os preços de referência internacional para esses combustíveis mantiveram-se estáveis, contribuindo para o cenário atual.
Petróleo e Oferta Internacional: A oferta apertada no mercado internacional continua a pressionar os preços futuros do petróleo. Os contratos futuros do Brent, um indicador-chave, estão sendo negociados acima dos U$77/bbl, indicando uma persistente pressão altista nos preços do petróleo.
Óleo Diesel: No segmento do óleo diesel S10, observa-se o 47º dia de vigência do aumento linear médio de R$ 0,25/L nos preços praticados pela Petrobras desde 21/10/23. A recente elevação de R$0,0400/L pela Acelen no Polo Aratu-BA reflete a pressão internacional e cambial. Apesar da arbitragem favorável em alguns polos, a média de R$0,19/L acima da paridade evidencia a defasagem média de 5%.
Gasolina: Para a gasolina A, o cenário é similar, com o 47º dia de vigência da redução linear média de R$ 0,12/L nos preços Petrobras. Entretanto, o aumento de R$0,0619/L pela Acelen no Polo Aratu-BA contrapõe essa redução. A arbitragem, favorável em média de R$0,06/L, não é suficiente para compensar a defasagem média de 2%.
Queda nos preços do petróleo reflete aumento nos estoques de gasolina nos EUA
Diante do exposto, a estabilidade no câmbio e nos preços internacionais sugere um cenário de preços médios acima da paridade para o óleo diesel e a gasolina. A defasagem média de 5% no óleo diesel e de 2% na gasolina indica que, ao menos no curto prazo, não há indícios de uma iminente redução nos preços desses combustíveis. Contudo, a dinâmica do mercado é suscetível a mudanças, e fatores como variações cambiais e de oferta internacional podem influenciar as perspectivas futuras.