Os dados oficiais divulgados na sexta-feira revelaram que os preços das residências na China sofreram uma queda mais pronunciada em fevereiro em comparação com o mês anterior, refletindo a persistente pressão sobre o mercado imobiliário do país devido à deterioração das vendas e à diminuição da confiança dos consumidores.
Em fevereiro, os preços das casas chinesas registraram uma queda anual de 1,4%, o dobro do declínio de 0,7% registrado em janeiro.
Essa tendência persistiu apesar dos esforços contínuos de Pequim para sustentar o mercado imobiliário, incluindo a redução das taxas de empréstimo e menos restrições aos potenciais compradores.
Os preços diminuíram cerca de 0,36% em relação ao mês anterior em fevereiro, com a maioria das cidades chinesas testemunhando quedas constantes nos preços desde os picos alcançados em 2021.
Os analistas do ING observaram que, dada a grande importância dos imóveis nos portfólios das famílias, é crucial para a China estabilizar o mercado imobiliário para restaurar a confiança. A queda nos preços dos imóveis poderia resultar em um efeito de riqueza negativa, impedindo o consumo.
O declínio do mercado imobiliário chinês, marcado por uma série de falências significativas nos últimos três anos, tem sido um desafio importante para a economia, que luta para se recuperar de uma recessão induzida pela COVID-19. O setor imobiliário representa cerca de um quarto da economia global.
Os analistas do ING observaram que, embora os recentes cortes nas taxas de hipoteca e uma maior flexibilidade nas verificações regulatórias no mercado fossem passos na direção certa, Pequim provavelmente precisaria fazer muito mais para sustentar o setor.
“E é provável que o investimento imobiliário permaneça em território negativo ao longo do ano, com o setor imobiliário e as indústrias relacionadas continuando a enfrentar pressões para se consolidar”, acrescentaram os analistas do ING.