Narizes profissionais Symrise ganham destaque nos laboratórios da gigante alemã enquanto trainees aprendem a decompor odores complexos e a adaptar fragrâncias a regulamentos e mercados globais. O texto explora treinamento, técnicas, restrições químicas e o papel da inteligência artificial nesse universo sensorial.
Treinamento, técnicas e desafios dos ‘narizes’ na Symrise
Narizes profissionais Symrise passam por treino intenso para cheirar, misturar e repetir receitas de aromas.
Treinamento e rotina
O programa de formação dura 3 anos e é bastante prático. Trainees farejam dezenas de frascos vendados todos os dias. A Symrise tem 13.000 funcionários e cerca de 80 perfumistas. No setor, trabalham perto de 500 perfumistas ao redor do mundo. A empresa oferece quase 30.000 produtos a clientes variados.
Os estudantes pesam ingredientes até o miligrama e refazem fórmulas. Eles repetem o processo para aprender estrutura e textura dos cheiros. O treino exige memória olfativa e disciplina diária.
Técnicas e capacidades
Perfumistas experientes conseguem identificar mais de 1.000 odores diferentes. Trainees costumam dominar cerca de 500 aromas no início da carreira. Eles decompõem cheiros em componentes químicos para recriar fragrâncias. Misturas usam dezenas ou até 80 compostos em produtos como amaciantes.
O trabalho inclui criar aromas para itens do dia a dia, como cremes dentais e salgadinhos. A prática desenvolve a habilidade de reconhecer notas florais, cítricas e químicas. Técnicas simples, como o uso de tiras olfativas, ajudam na comparação entre amostras.
Desafios, custo e regulamentação
Regras mudam com o tempo e afetam as matérias‑primas. Por exemplo, o Lilial foi proibido na União Europeia desde 2022. Fragrâncias aplicadas no corpo têm regras mais rígidas que detergentes. Isso obriga a substituir ingredientes por alternativas aprovadas.
O custo também pesa nas escolhas. A Symrise extrai compostos da resina da madeira, um subproduto da indústria papeleira, para reduzir custos e impacto ambiental. Além disso, gostos variam por mercado: um shampoo popular na China pode não agradar na Europa.
A inteligência artificial já ajuda a prever tendências. Ainda assim, a análise humana continua decisiva. Como diz a equipe, a IA apoia, mas o nariz tem a palavra final.