A Moody’s rebaixou a classificação de crédito da Braskem de “Ba1” para “Ba2” e mudou a perspectiva da empresa de estável para negativa. Essa decisão foi motivada pelos possíveis riscos associados ao incidente geológico em Alagoas.
A agência também observa que a situação enfrentada pela Braskem ocorre em um momento de métricas de crédito desafiadoras e geração de caixa fraca, especialmente devido ao ciclo desfavorável na indústria petroquímica e às operações ainda limitadas no México.
A Moody’s destaca que os eventos recentes em Alagoas podem resultar em uma provisão adicional de R$ 1 bilhão para medidas de urgência e novas áreas de segurança, conforme solicitado por uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado de Alagoas e Defensoria Pública da União contra a empresa e a Prefeitura de Maceió.
A agência observa que essa possível provisão adicional cria incertezas sobre responsabilidades futuras não abordadas no acordo firmado pela Braskem com as autoridades em dezembro de 2020. O total de provisões relacionadas a esse incidente atinge R$ 14,4 bilhões, com R$ 9,2 bilhões já desembolsados até setembro de 2023, de acordo com a Moody’s. Embora essas provisões não tenham comprometido a liquidez da Braskem, elas reduziram a capacidade da empresa de enfrentar períodos desfavoráveis no mercado.
Apesar dos desafios financeiros, a posição de caixa robusta da Braskem oferece alguma proteção contra o possível impacto financeiro da nova provisão. A Moody’s destaca que a classificação da Braskem ainda é suportada pelo seu status como a maior empresa petroquímica do Brasil e das Américas em termos de capacidade de produção de resinas, além de margens operacionais historicamente acima da média do setor, impulsionadas por altas taxas de utilização de capacidade, relacionamentos de longo prazo com clientes e a capacidade de personalização de produtos.