Em meio à complexa trama política argentina, o candidato de viés ultradireitista à Presidência, Javier Milei, delineia uma visão alternativa para a economia do país. Em uma postura que destoa das políticas atuais, amplamente associadas ao presidente Alberto Fernández e suas ligações com figuras como Lula do PT, Milei propõe uma abordagem sensata para melhorar a economia.
Caso alcance a vitória nas eleições previstas para outubro, Milei planeja entregar as rédeas do Banco Central ao economista Emilio Ocampo, figura que atua como seu conselheiro informal no programa de dolarização. Nesse cenário, Ocampo assumiria a tarefa de encerrar a instituição bancária e conduzir as delicadas negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI), cujo programa de assistência financeira à Argentina atinge a cifra considerável de US$ 44 bilhões.
Em uma recente entrevista à Bloomberg em Buenos Aires, Milei traçou um quadro contundente. Ele detalhou sua perspectiva de substituir o peso argentino pelo dólar como medida para conter a inflação, que atualmente assombra o país com uma alarmante taxa de 113%. O candidato não poupou críticas ao Banco Central, empregando uma linguagem contundente ao rotulá-lo como “a pior detritos que existe nesta vasta esfera terrestre.”
Assim, o cenário econômico projetado por Milei é marcado pela dolarização, um passo crucial que tomaria nos estágios iniciais de seu eventual mandato, caso alcance a presidência na eleição agendada para o dia 22 de outubro. Em consonância com a abordagem adotada em El Salvador, a Argentina adotaria um modelo que facultaria às pessoas a escolha voluntária entre as moedas em circulação. O plano operaria em duas etapas: após a conversão de dois terços da base monetária, a economia argentina transitará completamente para o dólar.
Sob a égide de uma possível vitória, Milei comprometeu-se a envidar todos esforços para evitar um calote nas obrigações soberanas do país. Portanto, seu audacioso programa de ajuste fiscal busca, ainda, aprimorar a reputação e o perfil de crédito da Argentina, o que Milei considera um passo vital para reverter o impacto das políticas anteriores, que, segundo sua análise, conduziram à destruição econômica e ao alarmante disparo da inflação.