O debate sobre a meta fiscal 2026 ganhou destaque diante do impasse entre o governo e o Congresso, refletindo desafios para o ajuste das contas públicas em ano eleitoral.
Mudança na meta fiscal e impacto nas contas públicas em 2026
O governo enfrenta um desafio grande para cumprir a meta fiscal de 2026, que prevê um superávit de 0,25% do PIB, cerca de R$ 31 bilhões. Isso significa que as receitas do país precisam superar os gastos públicos em aproximadamente esse valor para equilibrar as contas.
Atualmente, a regra permite uma tolerância para as contas ficarem um pouco no vermelho, graças a descontos como o dos precatórios, que somam cerca de R$ 55 bilhões. Mesmo assim, o cenário é apertado.
Além disso, há um limite para o crescimento das despesas, que não podem aumentar mais do que 2,5% acima da inflação. Essa regra torna ainda mais difícil liberar gastos nesse ano eleitoral.
Possível mudança na meta fiscal
Para aliviar essa pressão, o governo pode propor mudar a meta fiscal. A mudança já foi usada em 2024 para facilitar mais gastos públicos, mas isso pode aumentar a dívida do país.
Especialistas dizem que 2026 será um ano com grande pressão nas contas públicas. Sem apoio do Congresso, a mudança da meta poderia ser uma maneira de dar mais espaço para despesas.
Opiniões dos especialistas
Economicistas acompanham a situação com atenção. Luis Otávio Leal, da G5 Partners, comenta que o governo pode tentar adiar a decisão para entender melhor o que vai acontecer.
Felipe Salto, da Warren Investimentos, aponta que o orçamento de 2026 está cheio de recursos extras, mas mesmo assim será preciso cortar gastos e aumentar receitas para cumprir as metas.
Marcus Pestana, da Instituição Fiscal Independente, acredita que mudar a meta seria um sinal ruim, mostrando fracasso na política fiscal e que o governo deveria focar em cortar gastos de forma mais estruturada.
Impactos do aumento do IOF e outras medidas
O aumento do IOF foi um caminho para tentar equilibrar as contas, mas teve parte derrubada pelo Congresso. Isso deve causar perda de receita de cerca de R$ 10 bilhões em 2024 e R$ 20 bilhões em 2026.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou que será necessário também cortar R$ 15 bilhões em benefícios fiscais e aprovar medidas como o aumento de tributos sobre criptoativos, fintechs e apostas online para fechar as contas.
Essas medidas enfrentam resistência no Congresso, o que dificulta ainda mais o cenário.
Por isso, a discussão sobre a meta fiscal em 2026 reflete as dificuldades do governo para equilibrar as contas em um ano eleitoral, com muitos desafios pela frente.