os últimos meses, o governo Lula planeja medidas populistas que, se por um lado podem aliviar o bolso da população de baixa renda, por outro acendem o sinal amarelo no mercado e entre especialistas. A grande questão que paira é: essas medidas populistas serão mesmo sustentáveis ou funcionam apenas como resposta política a uma popularidade em queda?
Entre as iniciativas planejadas — muitas ainda em fase de estudo — estão a gratuidade da conta de luz para até 60 milhões de brasileiros, ampliação do Vale-Gás, crédito para motociclistas e até empréstimos com Pix como garantia. Tudo isso surge enquanto a última pesquisa do Datafolha mostra que apenas 24% da população aprova o governo — o menor índice da gestão até aqui.
As propostas conversam diretamente com as classes mais vulneráveis, historicamente ligadas à base lulista. Mas há quem veja o movimento como tentativa de antecipar dividendos eleitorais antes de consolidar o apoio do Congresso ou encaixar as medidas no orçamento.
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População aliviada agora, e depois?
A promessa de zerar a conta de luz e distribuir botijões de gás mexe com o dia a dia de milhões de brasileiros. Mas as perguntas se acumulam: de onde virá o dinheiro? O Fundo Social do Pré-Sal é citado como fonte, mas ele já é disputado por saúde, educação e outras áreas estratégicas.
O crédito para motociclistas e a ideia de usar o Pix como garantia também chamam atenção. É uma tentativa de ampliar a inclusão financeira, especialmente entre trabalhadores informais. Porém, especialistas alertam: sem educação financeira e controle, o risco de superendividamento é alto.
Outro plano que repercutiu foi a promessa de aumentar o Bolsa Família de R$ 600 para R$ 700 a partir de 2026. Até agora, não há confirmação ou previsão oficial no orçamento — o que levanta dúvidas sobre a viabilidade dessa medida populista no atual cenário fiscal. A proposta, se mal calibrada, pode gerar frustração ou perda de credibilidade para o próprio programa.
Uma aposta alta, com retorno incerto
Lula planeja medidas populistas perto de eleição — o que não é exatamente uma novidade no Brasil. O que diferencia o atual pacote é o timing: promessas feitas em um contexto de orçamento apertado, aumento de gastos obrigatórios e poucas margens para expansão.
Caso as promessas avancem sem um planejamento robusto, o governo pode se ver pressionado pela responsabilidade fiscal. E mesmo os beneficiários dessas ações podem acabar frustrados se a execução não acompanhar o discurso.
A oposição já classifica o movimento como populismo eleitoral, e agentes do mercado demonstram cautela, especialmente diante da necessidade de acomodar esses gastos dentro do arcabouço fiscal. É um cenário que mistura urgência política com limitações práticas.
Por isso, mais do que entusiasmo com anúncios, o momento pede atenção — do Congresso, do mercado e, sobretudo, da sociedade. Planejar é importante, mas executar com responsabilidade é essencial para garantir que o que começa como alívio não termine como problema maior.
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