O IPCA de Novembro fechou com alta de 0,39%, um recuo em relação à taxa de 0,56% registrada em outubro. Apesar da desaceleração, o índice acumulado no ano chegou a 4,29%, enquanto nos últimos 12 meses o acumulado foi de 4,87%, superando os 4,76% observados nos 12 meses anteriores.
A variação de novembro apresentou resultados distintos entre os grupos de produtos e serviços. Entre os nove grupos pesquisados, três registraram alta no mês, com destaque para Alimentação e bebidas, que apresentou a maior variação (1,55%) e o maior impacto (0,33 p.p.) no índice geral. Já o grupo Habitação foi o principal responsável pela pressão negativa no índice, com queda de -1,53% e impacto de -0,24 p.p.
Desempenho dos grupos de produtos e serviços em novembro
A tabela a seguir detalha as variações e impactos dos grupos analisados no IPCA de novembro:
Grupo | Variação (%) Outubro | Variação (%) Novembro | Impacto (p.p.) Outubro | Impacto (p.p.) Novembro |
---|---|---|---|---|
Índice Geral | 0,56 | 0,39 | 0,56 | 0,39 |
Alimentação e bebidas | 1,06 | 1,55 | 0,23 | 0,33 |
Habitação | 1,49 | -1,53 | 0,23 | -0,24 |
Artigos de residência | 0,43 | -0,31 | 0,02 | -0,01 |
Vestuário | 0,37 | -0,12 | 0,02 | 0,00 |
Transportes | -0,38 | 0,89 | -0,08 | 0,18 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,38 | -0,06 | 0,05 | -0,01 |
Despesas pessoais | 0,70 | 1,43 | 0,07 | 0,14 |
Educação | 0,04 | -0,04 | 0,00 | 0,00 |
Comunicação | 0,52 | -0,10 | 0,02 | 0,00 |
Fonte: IBGE
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Destaques positivos: Alimentação e bebidas lideram o índice
O grupo Alimentação e bebidas teve alta de 1,55% em novembro, acima da variação de 1,06% em outubro. A alimentação no domicílio apresentou aumento expressivo (1,81%), impulsionado pelo aumento nos preços de carnes (8,02%) e produtos como óleo de soja (11,00%) e café moído (2,33%).
Dentre os cortes de carne, destacaram-se:
- Alcatra: +9,31%
- Chã de dentro: +8,57%
- Contrafilé e costela: +7,83%
No entanto, houve quedas significativas em produtos como manga (-16,26%), cebola (-6,26%) e leite longa vida (-1,72%).
A alimentação fora do domicílio também acelerou, passando de 0,65% em outubro para 0,88% em novembro. O subitem refeição subiu 0,78%, enquanto lanche registrou alta de 1,11%.
Destaques negativos: Habitação pressiona índice para baixo
O grupo Habitação foi o maior responsável pela queda no índice geral, registrando variação de -1,53%. O principal fator foi a redução de 6,27% na energia elétrica residencial, influenciada pela aplicação da bandeira tarifária amarela a partir de 1º de novembro.
A energia elétrica também foi impactada por reajustes tarifários em diversas cidades:
- Brasília: redução de -9,30%
- São Paulo: queda de -7,23% em uma das concessionárias
- Goiânia: aumento de +4,97%
Além disso, houve quedas em outros subitens do grupo, como gás encanado (-0,15%), enquanto a taxa de água e esgoto (+0,04%) sofreu reajustes pontuais.
Transporte: Passagens aéreas impulsionam o grupo
O grupo Transportes registrou alta de 0,89%, impulsionado principalmente pelo aumento de 22,65% no subitem passagem aérea, que contribuiu com +0,13 p.p. no índice geral.
Os combustíveis apresentaram queda de -0,15%, com recuos no etanol (-0,19%) e na gasolina (-0,16%), enquanto o óleo diesel (+0,03%) e o gás veicular (+0,09%) tiveram variações positivas.
Regional: Rio Branco lidera variação do IPCA em novembro
Entre as capitais, Rio Branco apresentou a maior variação regional do IPCA em novembro (0,92%), puxada pelo aumento das carnes (8,04%). Por outro lado, Porto Alegre teve o menor índice (0,03%), influenciado pela queda na energia elétrica residencial (-7,67%).
Região | Variação Novembro (%) | Acumulado no Ano (%) | Acumulado 12 Meses (%) |
---|---|---|---|
Rio Branco | 0,92 | 4,36 | 5,30 |
São Paulo | 0,40 | 4,47 | 5,04 |
Porto Alegre | 0,03 | 3,05 | 3,49 |
Rio de Janeiro | 0,49 | 4,09 | 4,76 |
Brasília | 0,30 | 3,66 | 4,47 |
Fonte: IBGE
A segunda parte da análise do IPCA de novembro inclui dados complementares sobre os preços e o comportamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que registrou uma alta de 0,33% no mês, desacelerando em relação ao resultado de 0,61% observado em outubro. No acumulado de 2024, o índice soma 4,27%, enquanto nos últimos 12 meses atinge 4,84%, superando os 4,60% registrados nos 12 meses anteriores.
Os produtos alimentícios, que já vinham apresentando aumento nos últimos meses, aceleraram de 1,11% em outubro para 1,62% em novembro. Já os produtos não alimentícios registraram uma queda de 0,08%, revertendo a alta de 0,45% registrada no mês anterior.
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Destaques regionais do INPC em novembro
O comportamento do índice variou significativamente entre as regiões analisadas. Rio Branco apresentou a maior variação regional, com alta de 0,89%, impulsionada pelos aumentos no preço das carnes (8,61%) e da gasolina (2,20%). Na outra ponta, Porto Alegre teve a menor variação, registrando uma leve queda de -0,02%, devido às quedas na energia elétrica residencial (-7,61%) e na gasolina (-1,64%).
A tabela abaixo resume as variações regionais do INPC:
Região | Peso Regional (%) | Variação Outubro (%) | Variação Novembro (%) | Acumulado no Ano (%) | Acumulado 12 Meses (%) |
---|---|---|---|---|---|
Rio Branco | 0,72 | 0,64 | 0,89 | 4,77 | 5,55 |
Campo Grande | 1,73 | 0,77 | 0,75 | 4,66 | 5,04 |
Rio de Janeiro | 9,38 | 0,61 | 0,57 | 3,94 | 4,68 |
Goiânia | 4,43 | 0,94 | 0,52 | 5,01 | 5,64 |
São Paulo | 24,60 | 0,87 | 0,24 | 4,25 | 4,74 |
Porto Alegre | 7,15 | 0,18 | -0,02 | 3,23 | 3,68 |
Fonte: IBGE
Composição e metodologia do cálculo do INPC
Para o cálculo do índice do mês, os preços foram coletados no período de 30 de outubro a 28 de novembro de 2024 (referência), comparados com os preços vigentes entre 28 de setembro e 29 de outubro de 2024 (base). O INPC, calculado pelo IBGE desde 1979, abrange famílias com renda monetária de 1 a 5 salários-mínimos, com o chefe da família sendo assalariado.
Assim como o IPCA de Novembro, o INPC considera dez regiões metropolitanas e municípios como Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.
Principais fatores que impactaram o INPC em novembro
- Produtos alimentícios:
- O grupo de produtos alimentícios foi o principal responsável pela alta, com aceleração de 1,11% em outubro para 1,62% em novembro.
- A elevação nos preços das carnes, que subiram 8,61%, foi o principal destaque, com reflexo em todas as regiões.
- Outros alimentos, como óleo de soja, também apresentaram altas significativas.
- Produtos não alimentícios:
- A queda de 0,08% foi impulsionada principalmente pela redução nos preços de energia elétrica residencial e combustíveis, como a gasolina.
- Impacto regional:
- Rio Branco e Goiânia tiveram as maiores altas, reflexo do peso dos alimentos.
- Porto Alegre e Vitória registraram quedas, puxadas pelo recuo nos preços de energia elétrica.
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