O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial no Brasil, registrou uma alta de 0,13% em setembro de 2024, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (25). O resultado mostra uma desaceleração em relação a agosto, quando o índice subiu 0,19%, e ficou bem abaixo das expectativas do mercado, que projetavam um avanço de 0,29%, segundo o Investing.com.
Principais Destaques e Grupos que Impactaram o IPCA-15
O grupo Habitação foi o que mais influenciou o resultado de setembro, registrando a maior variação (0,50%) e o maior impacto (0,08 ponto percentual) no IPCA-15. Dentro desse grupo, a energia elétrica residencial foi o principal fator de pressão, subindo de -0,42% em agosto para 0,84% em setembro, em razão da aplicação da bandeira tarifária vermelha patamar 1.
Além da energia elétrica, o setor de taxa de água e esgoto também teve destaque, com um aumento de 0,38%, influenciado por reajustes tarifários nas regiões de São Paulo, Salvador e Fortaleza. Em São Paulo, houve uma redução média de 0,61% (-0,15%), enquanto Salvador e Fortaleza registraram aumentos de 5,81% (3,02%) e 8,05% (5,23%), respectivamente. No gás encanado, o Rio de Janeiro teve um reajuste de 2,77% (1,43%), e em Curitiba houve mudanças na estrutura das faixas de consumo, resultando em um recuo de -2,01%.
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Alimentação e Bebidas Retomam Alta em Setembro
O grupo de Alimentação e Bebidas apresentou um leve avanço de 0,05% em setembro, após dois meses de queda. A alimentação no domicílio variou -0,01%, influenciada pela redução dos preços de itens como a cebola (-21,88%), batata-inglesa (-13,45%) e tomate (-10,70%). Por outro lado, alguns produtos tiveram alta significativa, como o mamão (30,02%), a banana-prata (7,29%) e o café moído (3,32%).
A alimentação fora do domicílio também registrou aumento de 0,22%, com destaque para as altas menos intensas do lanche (de 0,76% em agosto para 0,20% em setembro) e da refeição (de 0,37% para 0,22%).
Outros Grupos que Registraram Alta no IPCA-15
Além de habitação e alimentação, outros grupos que apresentaram aumento em setembro foram:
- Saúde e Cuidados Pessoais: 0,32%
- Artigos de Residência: 0,17%
- Vestuário: 0,12%
- Educação: 0,05%
- Comunicação: 0,07%
Essas variações indicam que, embora a inflação tenha desacelerado, alguns setores continuam pressionando o custo de vida do brasileiro.
Grupos que Apresentaram Queda no IPCA-15 de Setembro
Apenas dois grupos registraram queda em setembro: Despesas Pessoais (-0,04%) e Transportes (-0,08%). No caso dos transportes, a redução foi puxada principalmente pelo recuo nos preços da gasolina (-0,66%) e do etanol (-1,22%). Por outro lado, o gás veicular subiu 2,94% e o óleo diesel apresentou uma alta de 0,18%. Outro destaque dentro do grupo de transportes foi o aumento nas passagens aéreas (4,51%), que impactou o resultado do setor.
Acumulado do IPCA-15 em 2024 e Comparativo com a Meta de Inflação
Com a alta de 0,13% em setembro, o IPCA-15 acumula uma inflação de 3,15% no ano até o nono mês e de 4,12% nos últimos 12 meses. No mês anterior, o índice acumulava 3,02% e 4,35%, respectivamente.
O acumulado em 12 meses do IPCA-15 segue próximo ao teto da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central para 2024, que é de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Portanto, o índice ainda está dentro do intervalo perseguido pelo Banco Central, mas a pressão inflacionária em alguns setores pode gerar preocupação para os próximos meses.
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