O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou variação de 0,11% em janeiro de 2025, desacelerando em relação ao mês anterior, quando o índice havia subido 0,34%. Nos últimos 12 meses, a inflação medida pelo IPCA-15 acumula alta de 4,50%, abaixo dos 4,71% registrados no período anterior.
A queda foi puxada pela deflação no grupo de Habitação, que recuou -3,43%, enquanto Alimentação e Bebidas exerceram forte impacto positivo no índice, com alta de 1,06%.
Evolução mensal do IPCA-15
Período | Taxa (%) |
---|---|
Janeiro de 2025 | 0,11 |
Dezembro de 2024 | 0,34 |
Janeiro de 2024 | 0,31 |
Acumulado no ano | 0,11 |
Acumulado em 12 meses | 4,50 |
Fonte: IBGE
Grupos de maior impacto no IPCA-15 de janeiro
Dos nove grupos de produtos e serviços analisados, oito apresentaram alta em janeiro, com destaque para o grupo Alimentação e Bebidas, que registrou aumento de 1,06%, contribuindo com 0,23 ponto percentual (p.p.) para o índice geral.
Já o grupo Habitação, com queda de -3,43%, teve o maior impacto negativo, reduzindo -0,52 p.p. da inflação mensal.
Grupo | Variação (%) – Dezembro | Variação (%) – Janeiro | Impacto (p.p.) – Dezembro | Impacto (p.p.) – Janeiro |
---|---|---|---|---|
Alimentação e Bebidas | 1,47 | 1,06 | 0,31 | 0,23 |
Habitação | -1,32 | -3,43 | -0,20 | -0,52 |
Transportes | 0,46 | 1,01 | 0,09 | 0,21 |
Saúde e Cuidados | -0,05 | 0,64 | -0,01 | 0,08 |
Comunicação | 0,08 | 0,15 | 0,00 | 0,01 |
Fonte: IBGE
Análise dos principais setores
Alimentação e Bebidas
A inflação dos alimentos seguiu em alta, puxada pelos aumentos expressivos em produtos essenciais, como o tomate, que subiu 17,12%, e o café moído, com alta de 7,07%.
Entretanto, alguns produtos apresentaram deflação, como a batata-inglesa (-14,16%) e o leite longa vida (-2,81%), que ajudaram a conter a alta no setor.
A alimentação fora do domicílio desacelerou de 1,23% em dezembro para 0,93% em janeiro, refletindo menores aumentos nos preços de lanches e refeições.
Transportes
O grupo de Transportes registrou alta de 1,01%, com destaque para o aumento das passagens aéreas, que subiram 10,25%, exercendo forte pressão sobre o índice.
Os preços dos combustíveis também subiram, com destaque para:
- Etanol (+1,56%)
- Óleo diesel (+1,10%)
- Gás veicular (+1,04%)
- Gasolina (+0,53%)
A tarifa de ônibus urbano variou de acordo com reajustes aplicados nas principais capitais do país, como:
Cidade | Reajuste (%) | Data de Aplicação |
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Belo Horizonte | 9,52 | 1º de janeiro |
Rio de Janeiro | 9,30 | 5 de janeiro |
São Paulo | -4,24 | 6 de janeiro |
Habitação
O grupo Habitação registrou queda significativa de -3,43%, impactado principalmente pela redução de 15,46% nas tarifas de energia elétrica residencial, devido ao crédito do Bônus de Itaipu, incluído nas faturas de janeiro.
Outros itens do grupo, como taxa de água e esgoto, apresentaram alta de 0,86%, refletindo reajustes em várias capitais, como Rio de Janeiro (5,68%) e Porto Alegre (6,45%).
Inflação regional
Entre as capitais analisadas, Goiânia apresentou a maior variação, com alta de 0,53%, impulsionada pela elevação dos combustíveis. Já Porto Alegre registrou a única deflação, com queda de -0,13%, devido à redução na energia elétrica.
Região | Peso (%) | Variação Dezembro (%) | Variação Janeiro (%) | 12 Meses (%) |
---|---|---|---|---|
Goiânia | 4,96 | 0,35 | 0,53 | 5,17 |
Belo Horizonte | 10,04 | 0,41 | 0,13 | 5,41 |
São Paulo | 33,45 | 0,36 | 0,09 | 4,73 |
Porto Alegre | 8,61 | 0,27 | -0,13 | 3,13 |
Fonte: IBGE
Expectativas para os próximos meses
Com a desaceleração observada em janeiro e a projeção de inflação controlada em 12 meses, a expectativa do mercado é de que o Banco Central mantenha uma postura cautelosa em relação à política de juros.
Os dados do IPCA-15 servem como um termômetro para as decisões futuras de política monetária e influenciam diretamente a percepção de risco do mercado financeiro.